Trânsito

Falta de conservação de vans compromete trânsito

Algumas não têm a placa de aluguel e estão com lataria e pneus danificados.

Patrícia Godinho/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h00

SÃO LUÍS - No caótico trânsito de São Luís, a falta de fiscalização tem deixado circular nas ruas vans que fazem transporte intermunicipal em situações precárias, colocando em risco a segurança dos passageiros todos os dias. A maioria são trabalhadores e estudantes. É só ir até o ponto final das vans, próximo ao Centro de Comércio Informal (CCI), o Camelódromo, na Avenida Magalhães de Almeida, para encontrar veículos com lanternas, portas, janelas e retrovisores quebrados, pneus carecas, estofados velhos, ferrugem, plástico no lugar do vidro traseiro, fiações expostas, para-choques destruído e falta de ventilação. Algumas não têm a placa de aluguel, o que significa falta de licenciamento para funcionar como transporte coletivo.

Ontem (4), um veículo com placa de São José de Ribamar foi flagrado com vários desses itens em falta. A van trafegava em alta velocidade e quando o motorista e o cobrador perceberam que o veículo estava sendo fotografado, decidiram perseguir a viatura de O Estado em um trecho da Avenida dos Africanos.

Já na Praia Grande, o cobrador de uma van desceu do veículo e ameaçou a equipe de reportagem. Tentou agredir o repórter fotográfico e o motorista com uma barra de ferro que estava escondida debaixo do banco do motorista da van. Quando percebeu que chamava a atenção das pessoas que circulavam pelo local, desistiu da agressão e foi embora na van, com o motorista.

Após esse episódio, O Estado conversou com passageiros no ponto final das vans no centro da cidade, que se mostraram inseguros em utilizar as vans. Entre eles, a dona de casa Dalva de Souza, de 40 anos, que estuda no Centro e mora no Maiobão. De segunda a sexta-feira, para encurtar o tempo, prefere enfrentar o percurso de van, mas tem receios. "Eu temo que aconteça um acidente. E se acontecer, acho que ninguém se salva, porque em algumas vans não há cinto de segurança, que é o mínimo. Além disso, somos obrigados a andar espremidos. Todas trafegam superlotadas", reclamou.

A professora Ivana Mendes, de 46 anos, questionou se o serviço é regulamentado. "As ultrapassagens me atormentam, porque fica claro que alguns motoristas não pensam na vida da gente. Eu acho que alguns nem estão com os documentos pessoais e do veículo em dia. A briga para pegar passageiros coloca a vida das pessoas em risco, tanto quem está no ponto de ônibus, quanto quem está no veículo. Nos horários de pico no trânsito, a correria entre eles parece um racha. Mas os ônibus não ficam atrás. E como ninguém tem mais tempo, o jeito é andar de van", lamentou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) informou que faz a fiscalização devida nesses veículos no perímetro urbano da capital, mas por se tratar de transporte interurbano, a fiscalização, ainda, não chegou ao estágio desejado, visto que está na pendência de contatos oficiais com órgãos do governo do Estado, como a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), a quem cabe a regulamentação desse tipo de transporte.

A Sinfra informou que está preparando um processo licitatório para contratar uma empresa para padronizar as vans que exploram o serviço e que, ainda, esta semana, será divulgado o edital da concorrência pública.

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