SÃO LUÍS - Um total de 25 casos de leishmaniose visceral (calazar) em humanos já foi registrado em São Luís, de janeiro a setembro deste ano. Boa parte dos casos confirmados da doença é de pessoas que moram na zona rural, como a Vila Esperança. A doença, que é transmitida pelo mosquito flebótomo (Lutzomyia longipalpis), atinge principalmente crianças.
De acordo com dados da Vigilância Municipal Sanitária e Epidemiológica, a quantidade de casos de calazar está dentro do esperado, não havendo aumento significativo nos últimos anos. Segundo o responsável pelo Controle de Endemias de São Luís, Raimundo Rodrigues, a Vila Esperança e a área Itaqui-Bacanga destacam-se entre as localidades que têm maior número de casos.
A Vila Esperança está inserida na zona rural, onde o ambiente é propício para o mosquito transmissor da doença, na área Itaqui-Bacanga, mas o desmatamento e a invasão de algumas áreas têm feito com que o mosquito busque outras fontes de alimentação, como cachorros e pessoas. Por causa do grande número de cães que ficam soltos e podem ser fonte de infecção para os mosquitos, a transmissão é facilitada para os humanos.
"A Vila Esperança é uma área 100% rural e é justamente onde o mosquito tem o seu habitat, sendo a possibilidade de transmissão da doença muito maior. Áreas onde há invasões e desmatamento facilitam o desenvolvimento da doença, o estabelecimento do ciclo naquela localidade", explicou Raimundo Rodrigues.
Transmissão
A transmissão do calazar ocorre com a picada do mosquito, que introduz na circulação sanguínea do homem ou do animal um protozoário. A transmissão do parasita ocorre apenas por meio da picada do mosquito fêmea infectado, não podendo ser transmitida de pessoa para pessoa.
A doença pode levar de dois a 24 meses para se manifestar no organismo. Segundo a técnica de leishmanioses da Vigilância Municipal, Avessanha Cardoso, alguns dos sintomas típicos são: febre, perda de peso, falta de apetite e aumento do baço e do fígado. A técnica ressaltou que cerca de 80% dos casos confirmados em São Luís são em crianças.
"Percebemos que as crianças já não têm essa evolução tão avançada, porque quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor para a cura. Como a maioria dos nossos casos é em crianças, temos um hospital estruturado no sistema que é referência em diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos casos até a cura, que é o Hospital Dr. Odorico Amaral de Matos", frisou a técnica.
Ainda de acordo com Avessanha Cardoso, não houve nenhum registro de óbitos provocados pela doença nos últimos anos. Um dos fatos que poderia ser atribuído a isso é que a maioria das ocorrências é diagnosticada precocemente.
Como os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os de outras doenças, como a malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifoide e outras, é importante procurar atendimento médico logo que eles aparecerem.
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