CARACAS - Após a acirrada disputa e sem o reconhecimento do resultado pela oposição, Nicolás Maduro, foi proclamado presidente eleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na tarde desta segunda-feira (15). Enquanto era proclamado, ele recebeu apoio de milhares de eleitores que se concentraram ao lado do CNE.
Mas com a estreita diferença de votos, houve protestos de eleitores oposicionistas que pediam a recontagem de votos. “Aqui não há uma maioria, aqui há duas metades”, disse Capriles em uma entrevista à noite, após confrontos entre oposicionistas e a polícia. Centenas de pessoas prometem fazer um “panelaço” em protestos respaldando ao opositor.
Maduro, por sua vez, acusou a oposição de planejar um golpe de estado. “Eu denuncio que estão preparando um plano para desconhecer a instituição democrática”, disse. “Maioria é maioria e deve ser respeitada. Na democracia não se pode haver emboscadas e inventos contra a soberania popular”.
Na cerimônia de proclamação, Maduro recebeu o apoio massivo de ministros de seu governo, dos setores militares do país, da União das Nações Sulamericanas (Unasul) e do Mercosul. A missão da Unasul reconheceu o resultado do CNE, mas a Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu a recontagem de votos. O CNE não se pronunciou sobre o pedido de verificação de votos feito pela oposição. Nas ruas a população refletia sobre a vitória apertada conquistada por Maduro.
O aposentado Venancio Echerry, 77 anos, contou à Agência Brasil que votou em Maduro, mas disse que o presidente cometeu erros. “A desvalorização do bolívar em relação ao dólar, feita por ele foi um golpe para a gente pobre, por isso a vantagem que ele tinha diminuiu tanto”, disse.
O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, disse em entrevistas à imprensa em Caracas que o “chavismo deve aproveitar o momento para fazer uma autocrítica” e pensar sobre os motivos que levaram o governo a apresentar um resultado abaixo do esperado e do favoritismo apresentado nas pesquisas divulgadas antes das eleições.
Em entrevista à Agência Brasil, o cientista político Carlos Romero avaliou a situação vivida pelo país. Segundo ele, o momento é bastante delicado. “A oposição tem o direito de pedir recontagem de votos. Seria bom que isso acontecesse, já que temos um sistema eleitoral que é reconhecidamente seguro e que permite a verificação do voto”, disse.
Romero acredita que Maduro cometeu dois erros na campanha. O primeiro foi tentar “personificar Chávez” e o segundo, na visão de Romero, foi o tom do discurso de Maduro na campanha. “Até mesmo setores chavistas esperavam de Maduro uma postura mais flexível e não um discurso polarizado. Precisamos levar consenso à sociedade e não mais divisão”.
A cerimonia de juramentação de Maduro deve ser na data prevista inicialmente, na próxima sexta-feira (19).
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