Dentre as mais disseminadas drogas inalatórias do Brasil, o crack, a cocaína e a maconha ganham destaque. Administrados por via nasal ou bucal, os psicotrópicos têm uma série de efeitos sobre as funções cerebrais e provocam alterações subjetivas na percepção e recepção da realidade. O uso recorrente de inalantes, no entanto, não se restringe à ação entorpecente ou à possibilidade de adição – seja psicológica ou química – ou, simplificando, ao vício; o ciclo progressivo destas substâncias psicoativas leva a uma série de efeitos sistêmicos que, por conta da inalação, abrangem também o pulmão e podem comprometer suas funções.
De acordo com o dr. Igor Bastos Polonio, diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), “as principais repercussões no organismo ao utilizar crack, cocaína e maconha são a hipertensão arterial sistêmica; ulceração e sangramento no septo nasal; hipertensão pulmonar, hemorragia alveolar e também facilitam o contágio de doenças como tuberculose. No coração, as drogas podem levar à insuficiência ou arritmia cardíaca e infarto. Já a maconha pode desencadear crises de asma, enfisema pulmonar e está associada a câncer de pulmão. Outras drogas como clorofórmio e lança-perfume estão relacionadas a arritmia cardíaca e necrose aguda do fígado”.
Além disso, “há vários estudos associando a maconha ao câncer, pois independentemente de qualquer propriedade positiva que o THC possa ou não ter, os ‘baseados’ são fumados, geralmente, sem filtro, trazendo por meio de sua fumaça os hidrocarbonetos – produtos da combustão - com ação lesiva às vias aéreas”.
Quando procurar um especialista?
Desconfia-se de algum comprometimento do sistema respiratório ao sinal de reações como falta de ar, expectoração de sangue ou dor no peito.
“O que acontece é que geralmente os usuários são trazidos pela família ou em caso de overdose, já em estado de agitação psicomotora, podendo apresentar qualquer um dos quadros clínicos já mencionados”, diz o dr. Igor.
O tratamento para as principais lesões causadas por drogas inalatórias consiste, primeiramente, na interrupção do uso dos psicotrópicos e em cuidados de UTI.
“O ideal, porém raro, seria que um médico fosse procurado precocemente, antes da situação se agravar. Mas para isso, é preciso que o usuário de fato queira e esteja decidido a se tratar.”
Outro caso comum é o do dependente químico contrair, por conta da fragilidade de seu sistema imunológico e da suscetibilidade do pulmão aos germes, doenças graves como a tuberculose, caracterizada por febre alta, sudorese noturna, emagrecimento, expectoração de catarro com sangue.
“Nesta hora o indivíduo acaba recorrendo ao sistema de saúde por conta deste fator específico, não pelo uso da substância psicoativa em si. O problema é esse indivíduo continuar usando a cocaína e acabar falecer por conta disso”.
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