BRASÍLIA – A Polícia Civil do Rio Grande do Sul apresentou o resultado das investigações sobre o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, que matou 241 pessoas e deixou 623 feridas. O inquérito encaminhado à Justiça pede o indiciamento de 16 pessoas. O incêndio foi na madrugada de 27 de janeiro deste ano, durante festa promovida por universitários.
Entre elas estão os sócios da Boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffman, e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Os quatro se encontram em prisão preventiva e foram acusados de homicídio doloso – com a intenção de matar.
Foram indiciados também Angela Aurelia Callegaro, irmã de Kiko, sua mãe, Marlene Callegaro, o gerente da boate, Ricardo de Castro Pasche, e os bombeiros Gilson Martins Dias e Vagner Guimarães Coelho, responsáveis pela fiscalização.
A Polícia Civil pediu o indiciamento por homicídio culposo - sem intenção de matar – de Luiz Alberto Carvalho Junior, secretário do Meio Ambiente, Miguel Caetano Passini, secretário de Mobilidade Urbana, Beloyannes Orengo de Pietro Júnior, chefe da fiscalização da Secretaria de Mobilidade Urbana, e Marcus Vinicius Bittencourt Biermann, funcionário da Secretaria de Finanças que emitiu o alvará de localização da boate Kiss.
O envolvimento do prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, poderá ser investigado. Uma cópia do inquérito policial será encaminhada à 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça para apurar a responsabilidade do prefeito por indícios de prática de homicídio culposo. Outra cópia será levada à Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada pela Câmara de Vereadores, que apura a prática de atos de improbidade administrativa do prefeito e dos secretários municipais.
O inquérito aponta indícios de prática do crime de homicídio culposo na conduta do comandante regional do Corpo de Bombeiros, Moisés da Silva Fuchs, e dos bombeiros Alex da Rocha Camillo, Robson Viegas Müller, Sergio Rogério Chaves Gulart, Dilmar Antônio Pinheiro Lopes, Luciano Vargas Pontes, Eric Samir Mello de Souza, Nilton Rafael Rodrigues Bauer e Tiago Godoy de Oliveira. Os nove serão investigados pela Justiça Militar.
Em 55 dias de investigação, a polícia colheu 810 depoimentos, o que resultou em 13 mil páginas. Cópias inquérito serão encaminhadas ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia e ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo, para que se possa averiguar eventuais responsabilidades profissionais dos engenheiros e arquitetos que prestaram serviços à Boate Kiss.
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