Polícia

Inquérito do Caso Décio Sá é entregue a Justiça

O inquérito que tem 31 volumes foi entregue na 1ª Vara do Tribunal do Júri.

Atualizada em 27/03/2022 às 12h18

SÃO LUÍS – A polícia entregou na tarde desta sexta-feira (17), à Justiça, o inquérito sobre o assassinato do jornalista Décio Sá. No inquérito, que tem 31 volumes foi pedida a prisão de 13 pessoas envolvidas no assassinato do jornalista.

No relatório a Polícia Civil também pediu a Justiça a autorização para ouvir o deputado Raimundo Cutrim. Raimundo Cutrim foi citado no depoimento do homem apontado como o executor do jornalista Décio Sá. Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, está preso desde o dia 5 de julho.

O delegado da Polícia Federal, Pedro Meireles também foi citado no depoimento dos envolvidos na morte do jornalista Décio Sá.

As investigações da "Operação Detonando” resultaram no pedido de prisão preventiva de 13 pessoas além da apreensão de carros, documentos, cheques e notas de empenho de prefeituras maranhenses foram apreendidos.

Entre os envolvidos diretamente na morte do jornalista estão: Gláucio Alencar, de 34 anos, apontado como um dos mandantes do crime e suspeito de ter financiado a execução do jornalista; José de Alencar Miranda Carvalho, de 72 anos, pai de Gláucio Alencar, apontado, também, como mandante e financiador do crime; capitão Fábio, conhecido, também, como "Capita", subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Maranhão, suspeito de fornecer a arma que executou o jornalista; Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, apontado como executor de Décio Sá e que está preso desde o dia 5 deste mês por tráfico de drogas – com uma extensa ficha criminal; Fábio Aurélio do Lago e Silva, de 32 anos, o "Bochecha", preso na Chácara Brasil, é suspeito de participar do crime e teria todo oconhecimento das ações do grupo; José Raimundo Chaves Júnior, o "Bolinha", de 38 anos, preso no Jardim Eldorado, suspeito de intermediar as ações do crime; e Airton Martins Monroe, de 24 anos, suspeito de ter apresentado o executor do crime a "Bolinha".

Agiotagem

As investigações sobre o assassinato de Décio Sá levaram a polícia a descobrir um esquema de agiotagem no Maranhão. No início do mês de julho, a Secretaria de Segurança criou uma comissão de delegados para investigar especificamente os crimes de agiotagem no Maranhão.

O esquema, descoberto com a apuração do assassinato do jornalista Décio Sá, pode envolver prefeituras, com base na análise preliminar dos documentos, cheques e notas de empenho apreendidos em poder de dois dos principais envolvidos no crime, os empresários Gláucio Alencar, do ramo de merenda escolar, conveniado a várias prefeituras, e o pai dele, José de Alencar Miranda, de 72 anos, suspeitos de serem os dois principais mandantes do assassinato.

O delegado da Polícia Federal Pedro Meireles ficou conhecido em todo o Estado pela sua forte atuação no combate ao crime organizado em diversas prefeituras maranhenses envolvidas com o desvio de verbas públicas, durante as operações Rapina I e II, deflagradas em 2008.

No dia 1 de agosto, ele prestou depoimento na Seic, uma vez que foi citado no depoimento do agiota Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 34 anos. No depoimento, o agiota disse que o policial federal teria enviado uma mensagem o informando sobre a morte de Décio Sá. Acompanhado do corregedor da Polícia Federal, Alexandre Macedo da Silva, o delegado da PF chegou à sede da Seic para depor por volta das 9h30. O depoimento se estendeu por aproximadamente três horas e, assim que Meireles saiu da superintendência, ele se recusou a falar com a imprensa.

O crime

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, o crime foi motivado por reportagens publicadas no blog do jornalista. A quadrilha, que atuava no desvio de verbas de merenda escolar e em crime de agiotagem, começou a ter prejuízo a partir da publicação de reportagens no Blog do Décio. Um consórcio formado por empresários encomendou a execução do jornalista.

O executor cobrou R$ 100 mil para matar o jornalista, mas teria recebido apenas R$ 20 mil do valor combinado. Jhonatan Silva, então, voltou a São Luís para receber o valor restante.

Relembre o caso

O jornalista Décio Sá foi morto a tiros no dia 23 de abril, em um bar da avenida Litorânea, com cinco tiros. O motivo do crime foram as denúncias realizadas pelo jornalista, em seu blog, sobre uma quadrilha de agiotas que atuava no Maranhão.

Saiba quem disputa as eleições em São Luís.

Inquérito do Caso Décio Sá é entregue a Justiça

Foto: Biné Morais
Foto: Biné Morais
Foto: Biné Morais
Foto: Biné Morais

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