Museu

Instalação do Museu da Ciência é discutida na SBPC

A iniciativa já vem sendo estudada há dois anos pelo Governo do Estado.

Divulgação/Sectec

Atualizada em 27/03/2022 às 12h19

SÃO LUÍS - A secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Rosane Nassar Meireles Guerra, se reuniu nesta quinta-feira (26), com membros do Governo Federal, da Associação Brasileira do Centro de Museus e do Instituto Oswaldo Cruz para discutir a criação de um Museu da Ciência em São Luís. A iniciativa já vem sendo estudada há dois anos pelo Governo do Estado e está cada vez mais próxima de sair do papel. Durante uma plenária na 64ª Reunião Anual da SBPC, foi divulgada uma monção de apoio à criação do museu na capital maranhense. A reunião foi realizada na Sala Maranhão, instalada no estande do governo estadual, na Expo T&C, no Campus da UFMA (Bacanga).

No Brasil, existem hoje 190 museus da ciência, um número ainda pequeno, se levarmos em consideração que o país possui mais de cinco mil municípios. No entanto, avanços significativos já estão sendo colhidos junto ao público que frequenta museus científicos. Uma pesquisa realizada em conjunto pelos Ministérios da Cultura e da Ciência e Tecnologia, mostrou que de 2004 para cá, dobrou o número de visitantes neste tipo de museu: eram 4% da população há oito anos e agora chega a 8%: prova de que o interesse por esse tipo de mostra é crescente.

“O fundamental é que a população se aproprie do conhecimento tecnológico, até porque a ciência está em nosso cotidiano e as pessoas às vezes não se dão conta da inovação tecnológica diária que vivemos”, observou Rosane Guerra. Ela defende que é importante a existência de um museu científico, não só em São Luís, mas nos outros municípios do estado. “E para isso podemos fazer o museu virtual. No momento em que você virtualiza o físico, ganha fronteiras e permite uma interação com o mundo todo”, avaliou a secretária.

Na reunião, ficou acertada a realização de um workshop, no mês de setembro, que vai figurar como parte da programação do aniversário de 400 anos de São Luís, com especialistas na construção dos museus da ciência e pesquisadores de todo o país, que vão auxiliar na implantação deste museu na capital maranhense.

Construção do museu será feita em parceria

O Governo do Estado já vem trabalhando para a criação do museu nos últimos anos, tanto que a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico do Maranhão (Fapema), já tem pronta a minuta de um edital que deverá ser lançado em breve, para envolver os pesquisadores no plano de lançamento desse museu científico.

Para o presidente da Fapema, Antônio Luiz Pereira, a troca de experiências entre os estados que já possuem essa ferramenta de conhecimento, é fundamental para que tenhamos, no futuro, um espaço interativo de ciência para toda a população. "Temos que buscar parceiros na iniciativa privada, no governo federal e onde for possível para viabilizar o projeto", argumentou Pereira.

Essa busca por parcerias foi o que possibilitou que uma grande arena da ciência fosse montada na cidade de Petrolina, no agreste do estado de Pernambuco. É uma área de 4.500m² que vai abrigar o Museu da Ciência. “Isso vai mudar a realidade de uma cidade com 300 mil habitantes como é lá. No Brasil, 80% da população que visita museu é de escolas, que vem atrás desse mundo que é a ciência. A gente quer que a ciência se aproxime da sociedade”, defendeu Carlos Wagner Araújo, presidente da Associação Brasileira do Centro de Museus de Ciência. Para ele, também é importante que haja uma modificação no ensino da ciência no país. “Hoje é algo muito livresco, chato, não temos laboratório, isso precisa mudar”, disse.

Itinerância e interiorização

O representante do Governo Federal, Hildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização da Ciência, do Ministério da Ciência e Tecnologia, concorda. Por isso, defende a implantação do museu em mais lugares e agora, na capital maranhense. “Acredito que criar um espaço de ciência interativa para toda a população é importante para o desenvolvimento do país”, ponderou. Ele, também afirmou que é necessária a criação de uma força tarefa para interiorizar os museus.

Nesse sentido, a contribuição do projeto ciência móvel tem sido fundamental. O coordenador do projeto, José Ribamar Ferreira, da Fundação Oswaldo Cruz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, reforçou a importância desse empreendimento. “Nós temos a obrigação de atender as populações dos pequenos centros que tem o direito de receber cultura, ciência e informação. O projeto ciência móvel tem essas características. Ele tem o poder de romper a barreira dos grandes centros e levar (ciência) para as populações excluídas do interior, ampliando o público e o conhecimento”, analisou.

O fortalecimento das culturas locais seria outro ganho da sociedade maranhense com a implantação do museu da ciência. Para a Associação Brasileira do Centro de Museus de Ciência, o estímulo à criação dos museus deve continuar.

A representante da Casa da Ciência e membro da Associação, Fátima Brito, vê com bons olhos a monção de apoio à criação do espaço na capital maranhense e ficou entusiasmada com a receptividade da ideia junto ao governo. “É fundamental você ter parcerias com as instituições e empresas locais, que possam apoiar não só a estruturação, mas também a manutenção desses espaços. E uma vez criado, o museu será mais um espaço para agregar pessoas, será um facilitador da cultura e do fazer humano. Precisamos saber hoje que, querendo ou não, a ciência faz parte de nossa vida”, assinalou.

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