Combate às drogas

Ações marcam o 'Dia de Combate às Drogas' em São Luís

Ao longo do dia, panfletagem, palestras e caminhada serão realizadas na capital maranhense.

Maurício Araya/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h20

SÃO LUÍS – No "Dia Nacional e Internacional de Combate às Drogas", lembrado nesta terça-feira (26), a Rede Maranhense de Justiça Juvenil realiza, em São Luís, a primeira edição da "Mostra de Serviços sobre Prevenção e Tratamento ao Uso de Drogas". Das 8h às 17h, representantes da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Secretaria de Estado da Saúde (SES) e de organizações que compõem a rede distribuirão informativos sobre o assunto na Praça Deodoro, Centro da capital. À tarde, será apresentada a palestra "O enfrentamento social e comunitário ao uso do crack", com o psiquiatra Ruy Palhano, no auditório da Associação Comercial, localizado na Praça Benedito Leite. Uma caminhada, também, está prevista – veja os detalhes da programação.

A mostra surgiu do projeto que criou a Rede Social de Enfrentamento do Crack, apresentado pelo promotor de Justiça e atual diretor-geral da Procuradoria Geral de Justiça, Luís Gonzaga Martins Coelho, à Rede Maranhense de Justiça Juvenil, a partir de uma experiência desenvolvida quando foi titular da 4ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Bacabal, a 240 km da capital.

O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) participa do evento. De acordo com o promotor de Justiça titular da 1ª Promotoria de Infância e Juventude, Márcio Thadeu Silva Marques, a ação deve se tornar permanente. "A ideia da rede é apresentar soluções para essa situação de ameaça e de violação de direitos de crianças e adolescentes que são expostos ao uso de drogas, informando suas famílias sobre as maneiras de prevenir, maneiras de tratar e, principalmente, no sentido de exigir, do poder público, o enfrentamento competente dessa questão, que traga o marco da dignidade para essas pessoas. É preciso que se entenda que, se se compreende o uso de drogas como uma questão de saúde pública, é preciso, então, tratar isso de forma consequente, oferecendo soluções de internação, de tratamento ambulatorial e de apoio à família", explicou em entrevista ao Imirante na manhã desta terça-feira.

Rede Maranhense de Justiça Juvenil

A Rede Maranhense de Justiça Juvenil é formada por mais de 20 entidades e órgãos governamentais e não governamentais, criada em 8 de maio de 2008. "A pessoa que incide na dependência química precisa de apoio, não de repressão. Ela precisa de tratamento, não de punição. Essa é a ideia da Rede Maranhense de Justiça Juvenil, explicar essa situação, ‘desestigmatizar’ essa população, cobrar, do poder público, ações competentes e eficientes do Sistema Público de Saúde (SUS), informar as famílias, para que elas possam se mobilizar na prevenção e no tratamento, e, também, convocar a sociedade para tratar essa questão de uma maneira desassombrada, mas exigente", afirma o promotor.

Avanço das drogas

O avanço do crack em todo o país, e, também, no Maranhão, é o que mais preocupa órgãos que trabalham no combate às drogas. Dados da Coordenação de Saúde Mental de São Luís, de 2011, mostram que de 464 adolescentes que fazem uso abusivo de drogas, 28% são usuários do crack e, pelo menos, 60% se tornam dependentes da droga.

Paralelamente ao uso de drogas ilícitas, como é o caso do crack, as drogas lícitas, segundo o promotor, também, são preocupantes. "Na questão das drogas, quanto mais fácil é o acesso mais preocupante, o que propicia a repetição do consumo até levar à dependência. Nesse sentido, as drogas lícitas, como o uso de álcool, são sempre preocupantes", explica Márcio Thadeu.

Atendimento

Em São Luís, neste ano, uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial para a Infância e Adolescência (Capsi) foi inaugurada. "A regra geral é de que o atendimento a essas pessoas inicie na assistência básica do SUS, no posto de saúde. Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) deveriam estar aptos, desde o primeiro momento, a elaborar o projeto terapêutico individual para cada caso. Isso deve ser verificado por quem tem competência técnica para isso. Por isso, a primeira indicação é, sempre, procurar o SUS. Tão importante quanto à questão da saúde, é o apoio às famílias. Aí vem outro componente, de outra política pública, que é o Sistema Único de Assistência Social (Suas), para que essas famílias sejam assistidas", disse o promotor.

Em maio, o Ministério da Saúde anunciou investimento de R$ 9,9 milhões na construção de 22 Caps nos Estados do Maranhão, Bahia, Paraíba, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. A ação faz parte do programa "Crack, é possível vencer", lançado em dezembro de 2011 pelo governo federal.

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