SÃO LUÍS - Uma equipe da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp) participou, nesta terça-feira (24), da abertura da I Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (I Cnater), em Brasília. O evento é promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) e do Comitê Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Cnater).
A conferência reúne delegados de todo o país, até quinta-feira (26), para discutir e definir propostas que constituirão as estratégias, diretrizes e prioridades para o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pronater). Algumas dessas propostas têm à frente a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), da qual a Agerp faz parte.
O consenso entre as Emateres e agências executoras de Ater do país foi estabelecido a partir dos indicativos reconhecidos por Conferências Estaduais. A do Maranhão, realizada em março passado, em São Luís, reuniu 306 delegados e elegeu 36 para participarem da I Cnater, entre eles representantes de entidades não governamentais e de entidade governamental executora de ater (Agerp), representantes do Poder Público, de instituições de agricultura familiar e do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (Cedrus).
Brasília
O presidente da Asbraer, Júlio Zoé de Brito, defendeu em seu discurso a necessidade da construção de um sistema que organize os recursos disponíveis para a Assistência Técnica e a Extensão Rural (Ater). Brito lembrou que a Lei Orçamentária da União (LOA) tem R$ 1,6 bilhão e o Departamento de Ater do MDA foi contemplado com R$ 400 milhões. No entanto, a maior parte desses recursos está pulverizada pelos diferentes órgãos de governo pela falta de uma coordenação única.
Jorge Fortes, presidente da Agerp, também destacou esse ponto como o principal da conferência. “A conferência vai discutir a Política Nacional de Ater e destacar a importância de fortalecer as entidades públicas de assistência técnica e extensão rural com a criação de um órgão que trate especificamente disso”.
A cerimônia de abertura foi presidida pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e contou, também, com a participação da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, do deputado federal Zé Silva (MG), representantes da Secretaria de Agricultura Familiar e de organizações de diferentes segmentos sociais do meio rural brasileiro.
Em seu discurso, Vargas fez coro ao da ministra Eleonora, que destacou a importância da mulher no meio rural e em outros cenários. Segundo ela, não há como falar em sustentabilidade econômica, social e ambiental quando não se reconhece a importância da mulher no campo e meio urbano. Pepe Vargas afirmou que a missão do governo é buscar o protagonismo da mulher no meio rural nos programas do MDA.
“É preciso ter um sistema e, assim, sonhar com a universalização das políticas públicas”, disse Júlio Zoé, que fez um apelo para que a 1ª Conferência de Ater seja “um momento histórico, um espaço de convergência, que permita a construção de políticas mais densas para o campo”.
Pluralidade
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, avaliou a conferência como uma conquista da sociedade. Ele afirmou que a Contag deseja uma assistência técnica pública, gratuita e de boa qualidade e não somente estatal. Para ele, é necessário recuperar a caminhada antes da extinção dos serviços de Ater no país, bem como garantir a troca de saberes na formulação das políticas públicas.
A 1ª Conferência de Ater prossegue até quinta-feira. Os participantes estão divididos em grupos, nos quais ocorrem os debates sobre os eixos Ater e desenvolvimento rural sustentável; Ater para a diversidade da agricultura familiar e a redução das desigualdades; Ater e políticas públicas; Gestão, financiamento, demanda e oferta de serviços de Ater; Metodologia de Ater - abordagem de extensão rural.
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