SÃO LUÍS - Imagine morar em uma fazenda com uma área total de 386 mil metros quadrados. Os moradores da zona rural de São Luís e também da Vila Maranhão, de certa forma, sabem um pouco o que representa essa experiência.
Nas regiões menos habitadas de São Luís, existem locais em que a média de moradores chega a apenas 2,59 por quilômetro quadrado. Seria uma realidade descrita como no primeiro parágrafo desse texto. Uma pessoa morar sozinha em uma área com 386 mil metros quadrados, equivalente a 48 campos de futebol.
A região menos habitada de São Luís já é praticamente no limite da capital maranhense com a cidade de Bacabeira, no povoado chamado Grajaína. Nessa região moram apenas 108 pessoas.
A segunda área com a menor densidade populacional de São Luís fica situada na Estiva, nas proximidades do Quebra Pote, onde a média é de 4,12 moradores por quilômetro quadrado. Nessa região, entre a Estrada do Formigueiro e Estrada do Itapera e Quebra-Porte residem apenas 28 pessoas.
Na Vila Maranhão, entre a rua do Jacu, a Estrada de Maracanã, no “fundo do muro da Vale”, como aponta a pesquisa, tem a terceira menor densidade populacional de São Luís. Por lá, a média é de 4,2 habitantes por quilômetro quadrado. São apenas 46 pessoas morando na região.
Na Vila Mauro Fecury, apesar de ter uma região entre as mais populosas, também apresenta uma localidade menos populoso, segundo o IBGE. Mas essa também é uma das maiores regiões catalogadas pelo instituto, já que sai da foz do Igarapé do Beco Seco, vai em direção à Baia de são Marcos e volta pela BR-135. Nessa grande área, foram registrados 457 moradores, uma média de 4,44 habitantes por quilometro quadrado.
Dificuldade - A vida de quem mora nas regiões menos habitadas de São Luís não é das mais fáceis. Um exemplo são os moradores da Comunidade Taim, na região da Vila Maranhão, também considerada com baixo número de moradores.
Francisca Gonçalves Silva, de 60 anos, é uma das moradoras mais antigas da comunidade Taim, que hoje tem apenas 300 habitantes entre o Porto Grande e o Rio dos Cachorros. Há 35 anos morando no local, ela viveu a fase em que precisava andar por até duas horas atrás de um ponto de ônibus para ir ao trabalho. “Era uma fase complicada. Mas hoje está tudo melhor. Temos ônibus na porta de casa”, disse.
Na comunidade Taim, segundo Rosana Mesquita, líder comunitária, pelo pouco número de moradores, “um protege o outro contra a violência, drogas e outras coisas mais”. Na sexta-feira, a reportagem de O Estado comprovou isso. Todos os moradores observaram a chegada da reportagem e alguns até perguntaram os motivos pelos quais o jornal estava na região. “É meio família. No início a gente estranha, mas depois se acostuma”, disse Rosana Mesquita.
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