São Luís

Caema precisa de R$ 1,6 bi para sanear São Luís

Wilson Lima/ O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h41

SÃO LUÍS - Os constantes problemas com o fornecimento de água vivido por milhares de moradores de São Luís, poderiam ser resolvidos com o investimento de aproximadamente R$ 1,6 bilhão. A estimativa é do presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), João Moreira Lima. Esse valor é equivalente a 4% de todo o Produto Interno Bruto do Maranhão (PIB), hoje estimado em R$ 38 bilhões.

João Moreira Lima confirmou, esta semana, que existe hoje um déficit no fornecimento de água, mas que isso não pode ser contabilizado facilmente. Esses recursos serviriam, principalmente, para sanar os gargalos no sistema da capital e ampliar a capacidade de fornecimento de água, frente ao grande crescimento populacional que a Ilha (São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa) vem passando nos últimos anos.

Hoje, conforme dados da Caema, são bombeados, mensalmente, 9,8 milhões de m³ de água para atender às necessidades de São Luís. Partindo do princípio que cada metro cúbico corresponde a aproximadamente mil litros de água, significa um bombeamento de 9,8 bilhões de litros de água por mês, apenas para a capital maranhense ou média de 326 milhões de litros por dia.

Além disso, 45% dos moradores de São Luís são abastecidos pelo Sistema Italuís, outros 14% pelo Sistema Sacavém, 10% pelo Rio Paciência e 31% por fontes isoladas - um total de 401 poços artesianos somente na capital. No interior do estado, existem mais 400 poços artesianos auxiliando no abastecimento de água.

Desperdício

Ainda de acordo com a Caema, o que pode parecer um volume grande de água disponível nem sempre atende às necessidades locais por dois motivos principais: a precariedade do sistema de ligação e abastecimento e o grande volume de desperdício. Pelos dados da empresa, pelo menos 60% destes 9,8 bilhões de litros de água bombeados por mês não chegam a ser faturados.

A taxa de desperdício de água em São Luís é considerada a maior do Nordeste e uma das maiores do Brasil. “Como essa água não é faturada, muitos moradores abusam e usam mais do que a necessidade. Às vezes, é uma contradição ver que em bairros onde falta água em alguns pontos, em outro o cidadão, por meio de uma ligação clandestina, joga água para todo o lado", criticou João Moreira Lima. O sistema de ligação subterrâneo de São Luís é antigo e nem sempre atende às necessidades locais.

Os constantes rompimentos no Italuís (foram 15 nos últimos 10 anos) também contribuem para que a água disponibilizada em São Luís não seja aproveitada. Na prática, conforme a Caema, falta água em muitos bairros mais pelo não aproveitamento do que necessariamente por uma demanda acima da capacidade instalada de bombeamento da companhia.

Rodízio

De acordo com o presidente da Caema, para acabar com os rodízios e acompanhar o crescimento populacional de São Luís (hoje em média de 1,5%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), seriam necessárias obras de micromedição (instalação de hidrômetros em todas as unidades consumidoras), substituir as ligações subterrâneas, substituição do atual Sistema Italuís e fazer uma duplicação desse sistema. "Agora, para sustentar esse crescimento (demográfico de São Luís) é necessário um investimento desse porte", declarou o presidente da Caema.

Destas obras, a mais cara é o projeto Grande São Luís. O Grande São Luís consistiria na duplicação do Italuís, implantação de Estações de Tratamento de Água (ETA), implantação de redes, entre outras. Essas obras custariam aproximadamente R$ 1 bilhão.

*Colaboração de Diego Torres.

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