SÃO LUÍS - Foi lançada na manhã desta terça-feira, 30, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão, a etapa estadual da campanha “Por uma infância sem racismo”, a ser realizada em todo o país pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Parte integrante da comemoração dos 60 anos de atuação do Unicef no Brasil, a campanha tem como objetivo mobilizar a sociedade brasileira para a necessidade de assegurar a equidade e a igualdade étnico-racial desde a infância.
O evento contou com a participação da coordenadora do escritório do Unicef no Maranhão, Eliana Almeida; da secretária estadual da Igualdade Racial, Claudett Ribeiro; do secretário de Assuntos Institucionais do Ministério Público do Maranhão, Marco Aurélio Ramos Fonseca; da secretária municipal da Criança e da Assistência Social, Rosely Ramos; da presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Elisângela Cardoso; do presidente do Conselho Estadual da Política Étnico-Racial do Maranhão, Luís Alves Ferreira; e da representante do Fórum Municipal da Juventude, Joseana Azevedo.
Além das autoridades, o lançamento reuniu também representantes de movimentos negros e lideranças adolescentes do Maranhão.
Na abertura, a Orquestra de Berimbau Mandingueiros do Amanhã fez uma apresentação para os presentes. Com atabaques, berimbaus e outros instrumentos típicos da capoeira, as crianças comandadas pelo Mestre Bamba cantaram e tocaram músicas que abordam a questão do racismo. “É a nossa contribuição para essa importantíssima iniciativa. Que a luta seja permanente, principalmente dentro das escolas”, defendeu o líder do grupo.
Ao explicar o significado da campanha, Eliana Almeida, disse que a ideia partiu do reconhecimento pelo próprio Unicef de que, embora tenha forte atuação na África e nas Américas, trata-se de uma instituição branca, devido às origens da maioria de seus membros.
A coordenadora apresentou dados do Brasil e do Maranhão que reforçam a necessidade de se combater o racismo. Citando o IBGE, ela mostrou, por exemplo, que no país 65% das crianças pobres são negras; no Maranhão, este número sobe para 79%. No item educação, enfatizou que 13% dos adolescentes brancos brasileiros de 15 a 17 anos estão fora da escola, enquanto que na população negra o número vai para 16%.
O promotor de Justiça Marco Aurélio Ramos Fonseca, que no ato representou a procuradora-geral Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro, reforçou a parceria do Ministério Público do Maranhão com o Unicef e demais entidades na campanha e disse que “o racismo é uma chaga que deve ser combatido desde a infância”.
A secretária da Igualdade Racial, Claudett Ribeiro, afirmou que a campanha é positiva por dois aspectos: “Irá ajudar na implantação do Estatuto da Igualdade Racial, em vigor desde outubro passado; e contribuir para a desconstrução da imagem que os adultos têm das crianças, sobretudo negras, que não costumam dar vez e voz a elas”.
A Campanha
Para a primeira etapa da campanha, foram produzidas peças gráficas criadas pelas agências Ogilvy e AW Comunicação, parceiras da ação. A iniciativa conta com a participação do ator e embaixador do Unicef no Brasil, Lázaro Ramos. Ele gravou um filme de 4 minutos, em que o texto demonstra a situação das crianças negras e indígenas no Brasil. O filme tem uma versão de 27 segundos para ser veiculado nos canais de televisão que apoiam a campanha.
Além disso, como parte da iniciativa, será disseminado um folheto institucional que propõe “Dez maneiras de contribuir para uma infância sem racismo”, com orientações sobre como identificar, evitar e combater atitudes e ações discriminatórias. A campanha terá duração de um ano e será acompanhada de um blog (www.infanciasemracismo.org.br).
As informações são da Secom do Estado.
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