BRASÍLIA - O presidente dos Correios, David José de Mattos, disse na terça-feira (19) que a estatal consultou outras empresas para organizar o concurso público da entidade, que oferece 6.565 vagas na empresa. Ele nega favorecimento à Fundação Cesgranrio, que foi contratada sem licitação para a realização do concurso.
“Estamos demonstrando que isso foi feito [consulta a outras empresas]. Estamos bastante tranquilos. A AGU [Advocacia-Geral da União] está nos ajudando a formatar a defesa para o juiz ”, disse Mattos, após participar da abertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
O processo de contratação da Fundação Cesgranrio, que iria aplicar as provas do concurso dos Correios, foi suspenso ontem, por determinação da 5ª Vara da Justiça Federal de Brasília. Depois disso, o Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) recomendou que o concurso seja anulado e as taxas de inscrição dos candidatos sejam devolvidas, alegando que outras empresas organizadoras de concursos sequer foram consultadas para apresentar propostas.
As provas do concurso público seriam realizadas no dia 28 de novembro. Mais de 1 milhão de pessoas se inscreveram para participar da seleção.
Na tarde de ontem, a Fundação Cesgranrio divulgou uma nota dizendo que foi surpreendida com a suspensão do contrato e informando que nunca teve envolvimento com quaisquer diretores dos Correios e que ainda não recebeu “nenhum centavo” pela elaboração do concurso. A Cesgranrio diz que a diretoria dos Correios justificou sua contratação porque “outra instituição, anteriormente escolhida, não teria comprovado experiência em concurso nacional de grande porte”.
A entidade diz que tem “notória expertise” na realização de concursos públicos e avaliações de larga escala. “A Fundação Cesgranrio manifesta a sua mais profunda repulsa à sua vinculação aos fatos noticiados, ainda que nada exista de concreto contra ela”, diz a nota divulgada pela empresa.
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