SÃO PAULO - A reconstituição oficial do caso Mércia Nakashima na represa de Nazaré Paulista, no interior do estado de São Paulo, onde o carro e o corpo da advogada foram achados, respectivamente, nos dias 10 e 11 de junho, deverá ocorrer nesta sexta-feira (17), informaram o Ministério Público e a perícia da Polícia Técnico-Científica. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), a vítima morreu afogada no local em 23 de maio após ter sido baleada e desmaiado. Ela não sabia nadar.
De acordo com o que o promotor Rodrigo Merli Antunes e o perito Renato Pattoli disseram nesta terça (14) ao G1, a reprodução simulada será baseada no depoimento do pescador que afirmou à Polícia Civil ter visto o Honda Fit prata da vítima afundar na água por volta das 19h30 do dia 23 de maio, uma hora depois de Mércia ter desaparecido após deixar a casa dos avós em Guarulhos, na Grande São Paulo.
"Trata-se de um local ermo e sem movimento em todos os dias da semana, sendo importante apenas o horário noturno e a mesma fase da lua", afirmou o promotor Merli Antunes.
"A reconstituição deverá começar por volta das 17h de sexta", completou Pattoli.
A Promotoria, a perícia e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) tratam a morte da advogada de 28 anos como assassinato e consideram o ex-namorado e ex-sócio dela, o advogado e policial militar reformado Mizael Bispo, de 40 anos, como o executor do crime. Para a investigação, ele teve a ajuda do vigia Evandro Bezerra Silva, de 39 anos. Ambos alegam inocência.
Os dois são réus no processo. Mizael é acusado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e dificultar a defesa da vítima). Evandro também foi acusado pelo assassinato, mas com duas qualificadoras (meio cruel e dificultar a defesa da vítima), sendo citado pelo promotor como "partícipe".
O pescador declarou ter visto um homem alto sair do veículo e disse ter ouvido gritos de desespero de uma mulher naquela noite de lua e sem chuva, com o céu limpo, quase sem nuvens.
A reconstituição será feita nas mesmas condições do dia em que a vítima desapareceu: à noite, com a probabilidade de lua crescente. O pescador, que não teve seu nome divulgado, será chamado para participar da simulação. O delegado Antonio de Olim, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigou o crime, também deverá ser convidado. Recentemente, ele foi afastado da divisão de desaparecidos, responsável pelo caso. A presença dos réus não é obrigatória.
Reconstituição
A reconstituição servirá para saber se o que a testemunha relatou à polícia realmente possa ter ocorrido.
De acordo com o pescador, ele foi sozinho pescar na represa em 23 de maio. Chegando lá, pegou um banco, ligou um lampião e começou a montar as varas. Nesse dia, ele afirmou que a lua estava cheia e ajudava a iluminar um pouco a região. Logo no início da noite, ele contou ter visto, a uma distância de cerca de cem metros, um carro, que não soube identificar o modelo, se aproximar da margem. O veículo estava com os faróis acesos, mas depois só deixou as lanternas ligadas. Em seguida, um homem alto, que não conseguiu enxergar o rosto, desceu do lado do motorista, deu a volta por trás do automóvel.
Depois, a testemunha conta que voltou sua atenção para a pescaria porque achava se tratar de outro pescador. Mas ele disse ter escutado dois gritos finos de “ai, ai” e quando se olhou novamente para o local onde o carro estava, não viu mais o veículo na margem e sim um barulho dele afundando.
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