SÃO LUÍS - A reconstituição do assassinato do traficante Marco Aurélio Pacheco Silva, o Matosão, ocorre nesta manhã, 12, na quitinete onde morava localizada na rua Marly Sarney, no bairro Ivar Saldanha. Matosão foi morto com vários tiros, por volta das 8h da manhã, do dia 21 de julho de 2010.
A reconstituição foi solicitada pelo delegado Paulo Márcio, da delegacia de Homicídios, que preside o inquérito. O objetivo é colaborar com as versões apresentadas por testemunhas e a de Tobias Pereira Oliveira, acusado de cometer o crime, para verificar tecnicamente se a versão apresentada por ele tem fundamento.
O advogado Luis Antônio Pedrosa, da Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos (SMDHC), que está no local, disse que a instituição tem cumprido o seu papel e trabalhado em parceria com a polícia no acompanhamento do caso. "Queremos que toda essa apuração seja encerrada no prazo de 30 dias com sucesso", assegurou.
Questionado da importância dada ao assassinato de Matosão, Pedrosa afirmou que ele era bastante polêmico e tinha necessidade de denunciar crimes em que muitas vezes era conivente. Segundo o advogado, as denúncias feitas por ele inicialmente na imprensa com relação ao sistema carcerário têm uma certa coerência, pois já vinham sendo apuradas pelo Ministério Público Estadual.
Matosão foi ouvido pelo Mutirão Carcerário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Ministério Público Estadual e pela Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos (SMDHC), onde denunciou um suposto grupo criminoso dentro do presídio que tinha ramificação, não apenas com o narcotráfico, mas com o crime de corrupção, e supostamente praticados com a colaboração de agentes penitenciários.
- Em depoimento na Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos (SMDH), ele falou da colaboração explícita de determinados agentes penitenciários no sentido de facilitar a entrada de drogas e armas no sistema penitenciário. Também afirmou que pessoas condenadas eram liberadas durante o dia para prática do tráfico de drogas. No final da noite elas retornavam e eram obrigadas a repassar o dinheiro arrecadado a supostos funcionários cúmplices com as irregularidades dentro do presídio. Portanto, as denúncias feitas pelo Matosão foram gravíssimas e ganharam notoriedade muito rápida, repercutindo em esferas significativas da sociedade, entre as quais, o governo do Estado, na Secretaria de Segurança e na opinião pública - ressaltou.
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