COP 15

Marina Silva critica posicionamento do Brasil durante conferência do clima

Marli Moreira/Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 13h03

SÃO PAULO - A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, pré-candidata do Partido Verde à sucessão presidencial de 2010, criticou hoje (19) o posicionamento do Brasil na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) e classificou de “pífio” o resultado do encontro encerrado ontem (18) em Copenhague, na Dinamarca.

Na avaliação dela, o Brasil perdeu a chance de fazer a diferença contribuindo para o fundo de ajuda aos países pobres.

"Um país que colocou 10 bilhões [de dólares] no FMI [Fundo Monetário Internacional] pode investir recursos para ter solidariedade com os países que precisam”, disse a parlamentar, considerando ter sido um equívoco o país não ter aderido ao fundo. “Se o Brasil tivesse aderido, mostraria que, se um país em desenvolvimento pode colocar 10% do valor total que está sendo investido, os países ricos poderiam colocar muito mais”.

Essa adesão, segundo ela, seria uma ação simbólica, que poderia dar exemplo aos demais participantes da COP-15. Um total de 192 países participaram da conferência.

Perguntada se o PV saiu fortalecido depois do encontro da ONU, ela respondeu que o ideal seria que todos ganhassem. "O ideal seria que tivéssemos saído de lá com um acordo à altura da quantidade de chefes de Estado que estavam e à altura da importância política dos homens que estavam lá, mas, infelizmente quem teve o maior senso de responsabilidade, mais uma vez, foi a opinião pública.”

Ela afirmou ainda que foi para a COP-15 com a expectativa de que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, apresentasse um reposicionamento sobre as metas de redução das emissões dos gases que provocam o efeito estufa. Esse mesmo comportamento, na opinião dela, deveria ter sido tomado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

A senadora evitou fazer avaliações sobre o desempenho das autoridades brasileiras que participaram da conferência. Segundo ela, isso seria um ato de prepotência. Ela falou ainda que tem participado do encontro, desde a edição de 2003, porque tem preocupações com as ações em nível mundial para a preservação do meio ambiente.

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