CAXIAS - Na zona rural do município de Caxias, a população está sofrendo com ataques de raposas. Somente em dois meses, já foram registrados no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) cinco ataques cometido pelo animal.
Os funcionários do CCZ já estão em campo para tentar descobrir as causas desses ataques, que estão preocupando tanto a população quanto os funcionários do centro. O motivo é que os ataques dos animais também podem transmitir o vírus da raiva.
O lavrador Cícero Lira foi uma das vítimas do ataque de uma raposa. Ele estava voltando da roça quando foi surpreendido pelo animal. Lira disse que só conseguiu se desvencilhar do animal depois de matá-lo.
“A raposa agarrou no meu braço e a sorte é que eu andava com a espingarda e a faca. Como não dava para usar a espingarda, eu fui obrigado a enfiar a faca nela”, comentou o lavrador, que ainda guarda em casa o couro do animal.
Em outro povoado, o ataque aconteceu com uma criança que voltava da escola. O animal mordeu a mão e o braço da criança de apenas 8 anos. Os ataques não aconteceram em um só povoado, mas em todo o trecho da MA-127, que liga Caxias a São João do Sóter.
Natanael Pereira, técnico do CCZ de Caxias, informou que todas as pessoas feridas pelas raposas foram medicadas. “Os feridos receberam vacina anti-rábica, soro e medicação necessária para evitar a transmissão de qualquer tipo de doença pela mordida da raposa”, mencionou o técnico.
Doença
No povoado Lagoa do Pinguá, a cerca de 35km da sede de Caxias, um dos fatos que chamaram a atenção dos moradores foi uma vaca que morreu com os sintomas de raiva, como explicou o agricultor Antônio José da Conceição.
“O animal se tremeu e agonizou até morrer. Ficamos assustados porque já aconteceu de um rapaz aqui perto ser atacado por um bicho desses e achamos que pode ter acontecido isso também com o animal”, comparou o agricultor.
A indicação do agente do CCZ, Natanael Pereira, é de que o animal morto fosse incinerado, para evitar que outras vacas fossem contaminadas pelos restos mortais que ficaram expostos. Para o agente, pode haver uma explicação para os ataques.
“É muito comum dois tipos de ataques. Ou a raposa está agredindo porque está tendo o seu habitat invadido ou porque está mesmo com a doença e acaba atacando tudo o que vê pela frente”, alertou Natanael Pereira.
Outra questão apontada pelos técnicos do Centro de Controle de Zoonoses é que deve ser observado, pela pessoa agredida, o estado de saúde do animal no momento da agressão. Deve ser observado se havia sinais sugestivos de raiva.
O acidente resultante de um animal provocado geralmente indica uma reação normal do animal, enquanto que a agressão espontânea (sem causa aparente) pode indicar alteração do comportamento e sugere que o animal pode estar acometido de raiva.
Raiva
- Araiva é uma zoonose transmitida por mamíferos pela inoculação do vírus rábico. No Brasil, com o controle da raiva canina, vemos a ascensão da raiva silvestre aparecendo como novo desafio para saúde pública.
- Morcegos, macacos e raposas também podem transmitir a raiva.
- O vírus da raiva fica na saliva do animal doente.
- Mordidas, arranhões e lambidas podem contaminar.
- Se for atacado, lave bem o local ferido com água e sabão e não faça curativos, procure o serviço de saúde.
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