Política

Cesare Battisti entra em greve de fome na prisão, diz senador

G1/ Reuters

Atualizada em 27/03/2022 às 13h05

O ex-ativista comunista italiano Cesare Battisti, preso no Brasil, entrou em greve de fome para protestar contra a sua possível extradição para a Itália, onde enfrentaria processos por assassinato. A informação foi divulgada pelo senador José Nery (PSOL-PA).

Battisti entregou a Nery, segundo o senador disse em seu site na sexta-feira, uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se diz pronto para morrer no Brasil e assim não ser mandado de volta para a Itália, onde é acusado de quatro assassinatos nos anos 1970.

"Estou pronto para morrer se tiver que morrer, mas nunca nas mãos dos meus carrascos," diz a carta. Battisti sempre negou envolvimento com os crimes. Na Itália, ele foi condenado à prisão perpétua.

O Supremo Tribunal Federal deve tomar uma decisão final sobre a extradição nos próximos dias. Os ministros do tribunal estão divididos sobre o tema.

A Itália afirma que Battisti é um terrorista e tem pressionado o Brasil desde que o governo Lula decidiu em janeiro dar ao guerrilheiro status de refugiado político.

Battisti, 54, escapou de prisão italiana em 1981. Viveu na França, mas fugiu de lá quando o país aprovou a sua extradição, em 2006. Foi preso no Brasil.

O julgamento do processo de extradição do ex-ativista foi suspenso no começo da noite de quinta-feira (12), no Supremo Tribunal Federal (STF), após o ministro Marco Aurélio Mello ter votado contra a extradição do italiano, empatando o caso em 4 votos a 4.

O presidente da Corte, Gilmar Mendes, vai votar para desempatar o caso na retomada do julgamento, marcada para quarta-feira (18). Mendes já sinalizou que deverá votar pela extradição. O julgamento já havia sido suspenso em setembro por um pedido de vista e foi retomado na quinta com um placar de 4 votos 3 a favor da extradição.

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