Concurso

Alunos de Itapecuru e Arari participam do projeto Jovens Ilustradores

Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h12

SÃO LUÍS - Trinta estudantes das cidades de Itapecuru e Arari foram selecionados para participar da oficina de Ilustração Botânica. As aulas tiveram início na sexta (07) e seguem até domingo (09). A oficina faz parte do projeto Jovens Ilustradores, lançado em junho deste ano pela Vale, como uma das ações da segunda edição do Prêmio Brasileiro Imortal. Os alunos do 8º e 9º ano escolar de Arari e Itapecuru estão disputando com outros 2 mil estudantes da rede pública de ensino em 17 cidades a oportunidade de produzir o selo especial dos Correios para o Prêmio Brasileiro Imortal.

O lançamento do projeto Jovens Ilustadores foi feito por Carlos Jorge Macedo, da equipe de Relações com Comunidades da Vale. A coordenação das oficinas ficou a cargo das ilustradoras botânicas Dulce Nascimento (Itapecuru) e Ana Iath (Arari). Para o professor Gilson Santos da Silva, de Itapecuru, o projeto representa a concretização de um sonho."Fico muito feliz porque meus alunos estão aqui participando, estão tendo uma chance que eu não tive na idade deles". Já o professor Adarsha Deva Pinheiro, de Arari, é um design gráfico que pela primeira vez está aprendendo a técnica do desenho sem ajuda das ferramentas do computador. "A oficina está sendo importante porque estou aprendendo a observar melhor os detalhes".

O estudante Willame Lopes Freitas, 17 anos, de Arari comenta que sempre gostou de artes e participar pela primeira vez de uma oficina de ilustração é uma oportunidade para adquirir conhecimentos importantes. "Eu gosto tanto de desenhar que para mim é uma atividade que dá prazer. É uma espécie de lazer e diversão", conta ele.

Em Itapecuru, Raimunda Nonata Conceição Neves, de 13 anos, alimenta o sonho de ser uma das finalistas do concurso. "Eu estou adorando e tenho muita curiosidade para aprender porque sei que vou melhorar minha técnica", frisa ela.

A ilustradora Dulce Nascimento, especializada em ilustração botânica pelo Jardim Botânico da cidade de Kew, em Londres, revela que as oficinas permitem aos participantes terem noções de desenho com lápis, técnica de pintura em aquarela, além de noções de cores e mistura de tintas. "Na oficina eles aprendem noções de volume, perspectiva, textura além de aprenderem a desenvolver a percepção".

O Jovens Ilustradores integra a segunda edição do Prêmio Brasileiro Imortal. O prêmio foi criado pela Vale em 2008, após a descoberta do novas espécies botânicas realizadas na Reserva de Linhares, no Espírito Santo. A reserva, atualmente preservada pela empresa, é considerada a maior área de Mata Atlântica em relevo plano do Brasil.

O projeto selecionará seis jovens e um professor que farão os selos que ilustrarão as espécies selecionadas para o Brasileiro Imortal 2009, que terá sua segunda edição lançada em outubro próximo. Da mesma forma que no ano passado, o prêmio prevê a eleição, via internet, de brasileiros ligados à causa socioambiental que terão seus nomes imortalizados em plantas descobertas na Reserva Natural Vale, em Linhares (ES), Sítio do Patrimônio Natural da Unesco.

O principal objetivo do projeto Jovens Ilustradores, que começou pelo município de Rosário do Catete, em Sergipe, é despertar aptidões artísticas e disseminar conceitos de educação ambiental e conhecimento botânico entre jovens que cursam o 8º e 9º ano do ensino fundamental. A realização das oficinas nos municípios, onde os alunos aprenderão as técnicas básicas da ilustração, permitirá a criação de núcleos de ilustradores botânicos nessas localidades.

Plantas Nativas

Plantas nativas de cada região serão os temas das ilustrações nas oficinas regionais programadas. Os sete selecionados participarão da oficina final, a ser realizada em 21 de setembro, Dia da Árvore, na Reserva Natural Vale, em Linhares, onde o grupo fará as ilustrações das espécies recém-descobertas na reserva e que serão usadas na edição do prêmio deste ano.

A ilustradora botânica Dulce Nascimento, discípula da inglesa Margaret Mee (botânica que se especializou em plantas da Amazônia brasileira) e também a autora dos selos usados na primeira edição do Brasileiro Imortal, é a coordenadora do projeto. Juntamente com a também ilustradora Ana Iath, as duas serão as responsáveis pelas oficinas nos municípios maranhenses.

Do seu convívio com Dulce, Ana assimilou a técnica apurada, o traço delicado e a paixão por ensinar, tendo desenvolvido e aplicado uma técnica para ensino de adolescentes. Técnica esta baseada em uma metodologia especialmente voltada para o ensino da ilustração botânica, como forma de desenvolvimento artístico e de educação ambiental.

Passo a passo do Concurso

1ª fase

Os jovens que participarão das oficinas serão escolhidos nas escolas selecionadas nos 17 municípios.

Cada escola integrante do projeto realizará um concurso interno de desenho com até 50 alunos e escolherá os 20 melhores trabalhos.

A Vale receberá os desenhos pré-escolhidos e selecionará 15 autores de cada cidade para participar.

Nesta fase, os alunos deverão reproduzir a imagem de uma espécie botânica típica da flora de sua região. A técnica a ser usada é o desenho em lápis grafite.

Para realizar esta seleção interna, cada escola receberá um kit, contendo cartazes para divulgação do concurso na escola, blocos a serem distribuídos aos alunos, lápis e as figuras a serem reproduzidas.

2 ª fase

Em cada cidade serão realizados 3 dias de oficina. Além dos alunos, cada escola indicará um professor para participar do projeto.

Entre todos os participantes, será escolhido apenas um jovem e um professor de cada cidade para concorrer na seleção final e ter a possibilidade de ser um dos autores da ilustração da nova espécie botânica.

Etapa Final

Os escolhidos participarão da oficina final, na Reserva Natural Vale, em Linhares (ES), Sítio do Patrimônio Natural da Unesco, onde farão a ilustração das novas espécies descobertas na reserva. Este trabalho final fará parte de uma exposição e se transformará em selo comemorativo.

As cidades participantes do projeto são: Rosário do Catete (SE), Baixo Guandu (ES), Vila Velha (ES), Congonhas (MG), Ouro Preto/Mariana (MG), São Gonçalo do Rio Baixo (MG), Aimorés (MG), Arari (MA), Itapecuru Mirim (MA), Açailândia (MA), Cidelândia (MA), Canaã dos Carajás (PA), Parauapebas (PA), Paragominas (PA) e Rio de Janeiro (RJ).

Prêmio Brasileiro Imortal: iniciativa inédita

Por meio de uma iniciativa inédita da Vale em 2008, seis espécies recém-descobertas pelos botânicos na Reserva Natural Vale, localizada em Linhares, no norte do Espírito Santo (ES), ganharam o nome de brasileiros envolvidos com a causa socioambiental. A escolha foi feita através de uma eleição aberta ao público na internet. Batizada de "Prêmio Brasileiro Imortal", a premiação acumulou 250 mil votos em dois meses de existência. Os imortais ainda ganharam uma ilustração da espécie em selos lançados pelos Correios.

Foram duas premiações: uma nacional e outra regional, para cada uma das cinco regiões brasileiras. Na categoria nacional, o ganhador foi o jornalista paulista José Hamilton Ribeiro, que registrou o maior número de votos de toda a premiação. No total, conquistou mais de 70% da preferência entre os eleitores. Ribeiro foi homenageado com uma espécie do gênero Anthurium, popularmente conhecido como antúrio mirim, descoberto pelo pesquisador Marcus Nadruz Coelho.

O mesmo percentual de Ribeiro foi registrado no Centro-Oeste, onde foi eleito o economista e historiador Paulo Bertran (in memoriam), que dará seu nome a uma orquídea, descoberta pelo pesquisador Cláudio Nicoletti, também do Jardim Botânico do Rio. No Nordeste, a escritora Rachel de Queiroz encerrou a votação com percentual similar ao registrado por Paulo Bertran no Centro-Oeste. Raquel foi imortalizada dando o nome a uma espécie do gênero Anthurium, com o nome vulgar antúrio verdão, também descoberto por Nadruz.

Com quase 60% dos votos, o maestro carioca Tom Jobim foi o eleito na Região Sudeste e dará seu nome a um Machaerium, popularmente conhecido como bico branco. No Norte, a escritora e poetisa Zeneida Lima, da Ilha de Marajó, também chegou próximo aos 60% dos votos. Ela foi homenageada com o nome de um antúrio quilhado, também descoberto por Nadruz. O empresário catarinense Miguel Krigsner ficou com o primeiro lugar na Região Sul, com pouco mais de 40% da preferência dos votos. A espécie que recebeu o nome de Krigsner é uma Salacia.

No evento de premiação, a antropóloga Ruth Cardoso recebeu uma homenagem da Vale e também teve seu nome imortalizado em uma das plantas descobertas na Reserva e um selo com a ilustração da espécie, lançado pelos Correios. D. Ruth foi homenageada em um Philodendron (imbé feliz).

Os candidatos ao Prêmio Brasileiro Imortal foram escolhidos por uma Comissão de Especialistas, formada por pessoas que atuam na área de sustentabilidade. A escolha dos novos nomes, conforme acerto prévio com os botânicos descobridores das novas espécies, teve como principal critério que fossem brasileiros cujas atividades nas áreas social e ambiental tenham real importância para o desenvolvimento do país.

Com o Brasileiro Imortal, a empresa teve como objetivo fazer uma homenagem aos botânicos, cujo trabalho de descoberta e classificação de novas espécies é de grande importância para a ciência, e dar visibilidade às suas ações sustentáveis, em especial a que vem sendo desenvolvida na Reserva Natural Vale. Desde que a empresa a adquiriu, nos anos 50, já foram descobertas na região 96 espécies da sua flora. Além da conservação, a empresa desenvolve nessa reserva pesquisas científicas e recuperação de ecossistemas tropicais.

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