Inquérito

Justiça proíbe jornal de publicar dados sigilosos da Operação Faktor

A decisão, do desembargador Dácio Vieira (TJ-DF), é destinada ao jornal O Estado de SP.

Robson Bonin/ G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h12

BRASÍLIA - O desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, proibiu nesta sexta-feira (31) o jornal "Estado de S. Paulo" de publicar qualquer informação, que esteja sob segredo de justiça, referente ao inquérito da Operação Faktor, que investiga Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

O jornal "Estado de S.Paulo" informou que vai recorrer da decisão.

A determinação, concedida em caráter liminar, estipula multa de R$ 150 mil para cada reportagem publicada pelo jornal que descumpra a decisão. Para evitar “lesão grave e de difícil reparação” a Fernando Sarney, o desembargador determina que o jornal “se abstenha quanto à utilização (de qualquer forma, direta ou indireta) ou publicação dos dados relativos ao agravante (Fernando Sarney)”.

Vieira atendeu ao pedido formulado pelos advogados do filho do presidente do Senado. Os defensores argumentam que o vazamento de informações sigilosas do inquérito pode “causar prejuízo incalculável à honra” de Fernando Sarney.

No dia 22 de julho, na reportagem “Gravação liga Sarney a atos secretos”, o jornal revelou o teor de diálogos gravados durante a Operação Faktor, da Polícia Federal. As gravações mostram o empresário Fernando Sarney conversando com o pai sobre a nomeação de um suposto namorado de sua filha no Senado.

Na sequência de sete diálogos, além do filho de Sarney e do próprio presidente do Senado, também aparecem a neta e o neto de Sarney.

A Operação Faktor investiga as atividades empresariais de Fernando Sarney. Foi a partir do monitoramento das ligações telefônicas do empresário que os agentes gravaram as conversas com o presidente do Senado.

Com a medida, Fernando Sarney tenta evitar que novas gravações interceptadas pela PF sejam publicadas pelo jornal.

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