Consumidor

Com mais biodiesel misturado ao diesel, queda no preço do combustível deve ser menor

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 13h14

BRASÍLIA - O aumento do percentual de biodiesel no diesel, que passa a valer a partir de quarta-feira (1º) deve reduzir a queda no preço do produto estimada pelo governo em 9,6%. O biodiesel custa cerca de 30% a mais que o diesel mineral, e o aumento do combustível renovável na mistura acaba encarecendo o produto final.

“O impacto disso no preço final é impossível dizer agora, porque o repasse da queda do preço do diesel ainda está acontecendo. É provável que não haja aumento de preços, e que o repasse da queda não seja naquele patamar estimado anteriormente e que o potencial de queda seja menor”, disse o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz.

No último leilão de biodiesel, o preço médio do litro do combustível ficou em R$ 2,31, enquanto a média do diesel de petróleo para as distribuidoras estava em R$ 1,77 na semana passada, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O representante do Sindicom calcula que custo do aumento de 3% para 4% de biodiesel na mistura vendida nos postos é entre R$ 0,01 e R$ 0,02 por litro de diesel. Mas o impacto final para os consumidores deverá ser determinado pelo mercado.

No início do mês, o governo anunciou uma redução de 15% no preço do diesel, o que poderia corresponder a uma queda de 9,6% para o consumidor. De lá para cá, a média do litro do combustível para o consumidor passou de R$ 2,10 para R$ 2,02, uma redução de 3,8%, de acordo com o levantamento semanal da ANP.

“Como o custo vai aumentar, pode ser que o repasse das distribuidoras já tenha chegado praticamente ao fim, considerando que haverá esse aumento de custos a partir de quarta-feira”, avalia Alísio Vaz.

Ele garante que as distribuidoras estão começando a receber o volume de biodiesel necessário para acrescentar 4% na mistura, e, portanto, não há risco de desabastecimento

O diretor de postos de rodovias da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis Lubrificantes (Fecombustíveis), Ricardo Hashimoto, também diz que ainda não há como prever qual vai ser o impacto final do aumento do percentual de biodiesel ao diesel mineral, especialmente por causa da redução do preço anunciada anteriormente pelo governo.

“As curvas se cruzaram: o projeto do biodiesel com a curva do preço do petróleo que neste momento resultou em uma diminuição do preço interno. Agora temos que deixar o mercado reagir livremente”, afirmou.

Para Hashimoto, apesar de impactar nos preços do combustível, o aumento do biodiesel na mistura é uma prioridade para o governo. “Nunca é adequado falar em encarecer um produto, mas as prioridade do governo é a questão ambiental, e isso consta de um plano estratégico do governo também para diminuir a dependência do óleo diesel mineral”, disse.

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