São Luís

Débito de R$ 140 milhões leva a Coliseu à falência

Em audiência na Câmara de São Luís, procurador revela que a companhia tem dívida superior a R$ 140 milhões.

Mario Carvalho/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 13h16

SÃO LUÍS - O procurador-geral do Município, Francisco Coelho, disse ontem, em audiência com os vereadores de São Luís, que a Companhia de Limpeza e Serviços Urbanos (Coliseu) não tem condições estruturais de atuar na coleta de lixo da cidade por ter um débito de mais de R$ 140 milhões.

Segundo ele, só os passivos trabalhistas da empresa beiram R$ 1 milhão, fora as pendências com a Previdência Social. "A inviabilidade operacional e financeira da Coliseu foi constatada em um trabalho rigoroso e exaustivo feito pela Controladoria Geral do Município, onde foram diagnosticadas inúmeras atipicidades na condução da empresa. Nesse momento, nossa preocupação é com a preservação do emprego dos servidores, que há vários anos ali trabalham. Em despacho, o prefeito (João Castelo) assegura a liquidação da companhia, porém resguardando os direitos dos funcionários e do Município", declarou o procurador.

A situação da empresa - sua manutenção ou extinção - deve ser definida hoje, às 19h, durante assembleia geral extraordinária que acontecerá no auditório da Comissão Permanente de Licitação (CPL) do Município, no Renascença II.

Informações

A audiência na Câmara foi marcada pela apresentação do relatório da comissão de vereadores que ouviu o presidente da empresa, Jandir Amin Castro.

O documento foi lido na tribuna da Casa pelo vereador Osmar Filho (PTC), que preside a comissão. Ele destacou 14 pontos que apontam fortes indícios de irregularidades no órgão.

O relatório demonstra a dívida trabalhista de mais de R$ 1 milhão contraída pela Coliseu e negociada com o Tribunal Regional do Trabalho, na gestão do ex-prefeito Tadeu Palácio.

"Essas informações foram dadas pelo próprio presidente da empresa", ressalta Osmar Filho no documento.

Os vereadores Rose Sales (PCdoB), Osmar Filho e Lourival Mendes (PTdoB) defendem a instalação de uma CPI na Câmara para apurar irregularidades na Coliseu e na gestão do lixo na Capital.

"A Coliseu recebe cerca de 50% a menos que as empresas Limpel e Limpfort, que seriam de um mesmo dono, o que é ilegal. Por mais sucateada que esteja, a companhia é nossa e queremos saber qual a posição da Prefeitura", disse a vereadora. "Precisamos saber quais foram as administrações que sucatearam a Coliseu e quem será punido por isso. O que não pode é os servidores da empresa serem prejudicados", concluiu Lourival Mendes.

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