SÃO LUÍS - Uma tragédia marcou, o fim da noite de sábado, na avenida Litorânea, com a morte de um jovem de 18 anos. Ravi Brito Barbosa residia, no Parque Shalon, e morreu após o carro, que conduzia, projetar-se de uma altura de aproximadamente 30 metros e ter percorrido mais de 120 metros de distância, caindo na beira da praia, depois de capotar várias vezes. O acidente “cinematográfico” chocou os frequentadores da avenida Litorânea, pelo modo como o veículo fez a fatídica rota e pela violência do impacto contra o solo.
Segundo informações de parentes, a vítima cursava o 1º período de Publicidade na Faculdade São Luís e esteve com amigos em uma lanchonete, em frente ao conjunto Barramar, minutos antes do acidente. Por volta de 22h50, Ravi Brito entrou em um Polo 1.6, preto, de placas NHM-3613/São Luís, de propriedade de seus pais, e disse que iria para casa. Às 23h30, familiares e amigos receberam a notícia de que um carro com características semelhantes ao que era conduzido pela vítima estava com os pneus para cima e totalmente destruído na praia do Calhau.
Ao chegarem ao local, nas proximidades da Banca de Revistas Litorânea, eles encontraram uma grande aglomeração e o corpo do rapaz ao lado do veículo, sendo observado por homens do Corpo de Bombeiros e pelo Instituto de Criminalística (Icrim).
O Acidente
“Foi horrível”, resumiu o comerciário Nestor Dias, que testemunhou o acidente. De acordo com ele, o carro deslocava-se pela avenida Avicênia, de acesso ao Pestana Resort Hotel, no sentido da praia. Em dado momento, o veículo perdeu a direção e, em vez de fazer a curva, passou direto, se chocando contra o parapeito de proteção. “O carro se chocou contra o parapeito e literalmente deu um voo até a pista de baixo, batendo no segundo parapeito, e indo parar na areia, depois de dar muitas capotadas. Pensei que era um cometa caindo do ceú”, contou. Nestor Dias disse, ainda, que o carro passou ‘tirando tinta’ da Banca Litorânea. No momento do acidente, o local ainda estava aberto e havia seis pessoas no interior da banca fazendo compras, segundo informou o funcionário Mauro Sérgio Araújo.
“Mais uns poucos metros para a esquerda e ele levaria a banca com tudo, além de poder atingir alguém. Graças a Deus não havia pessoas aqui na hora”, detalhou Nestor Dias.
Nos locais por onde o veículo passou ficaram marcas da destruição. “Na areia ficaram restos do parapeito que o carro arrancou desde lá de cima”, detalhou o estudante Marcelo Silva, que esteve no local.
Conforme o ambulante Dorgival Cunha, o choque do veículo contra o parapeito da pista de cima danificou outros carros nas proximidades. “Os pedaços de muro atingiram uns três veículos que estavam lá”, revelou o ambulante. Do carro, completamente danificado, espalharam-se, pelo lugar do acidente, pedaços de pára-choque e peças do motor. Conforme homens do Corpo de Bombeiros, o veículo devia desenvolver entre 120 e 160 km/h no momento em que saiu de controle.
Perícia
Por mais de uma hora, o local foi isolado para perícia, que terminou por volta de 1h45. No interior do porta-malas do carro foi encontrada uma grade de cerveja. Segundo o irmão da vítima, que se identificou por Lui, Ravi Brito não estava embriagado. “A grade que estava no carro só tinha garrafas vazias que ele estava levando para a casa de um amigo. Ele não costumava beber, era uma pessoa tranquila, de bem com a vida. Quando saiu da lanchonete, ele falou que ia para casa, não sabemos como ele veio parar aqui”, disse.
Amigos de Ravi Brito, que não quiseram se identificar, disseram que a carteira de habilitação dele ainda era provisória e que, possivelmente, ele não tinha muita experiência ao volante. Ainda segundo os amigos, ele já havia batido o carro ao sair da garagem de sua casa e, em via pública, costumava, às vezes, correr muito, demonstrando espírito de aventura. Após a autópsia, foi constatado que a vítima teve politraumatismo, além de sofrer fratura no crânio.
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