SÃO LUÍS - O cenário ainda não é alarmante, mas é período de muita precaução para evitar que haja uma epidemia de dengue no país. As chuvas estão chegando e a temperatura aumentando, situações perfeitas para o mosquito da dengue. Este ano, além desta situação, tem a transição em muitas prefeituras, o que o Ministério da Saúde espera que não traga a descontinuidade das ações municipais no combate a dengue. “Estamos estimulando os prefeitos a no primeiro dia limpar as cidades e mobilizar a população pra isso”, explica o ministro José Gomes Temporão, durante uma reunião em Salvador com jornalistas de todo o nordeste onde foram mostradas as estratégias da campanha Brasil Unido Contra a Dengue. “A mídia é um poderoso instrumento de multiplicação e educação”, comenta Temporão que explicou ainda a importância do trabalho com os agentes de saúde – “É impossível o agente de saúde a cada 20 dias ir a uma residência, por isso a gente pede para que ele vá educando as pessoas da casa para agir na ausência dele e que a imprensa também vá divulgando. O trabalho da imprensa é preciosíssimo, um toque no futebol, ir multiplicando as informações”, complementa o ministro.
O ministro divulgou os dados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa). O Índice é um trabalho que o Ministério fez em 161 municípios brasileiros, mapeando os imóveis. É considerada situação de risco de surto de uma epidemia de dengue, quando o município apresenta mais de 4 imóveis, em um total de 100, com foco do Aedes aegypti. Quando é de um a 3,9% de possibilidade em cada 100 imóveis, o município está em alerta e menos disso é satisfatório. Dos 5 municípios com risco de um surto de dengue no país, três estão no nordeste, um no norte e um no centro-oeste.
Das capitais nordestinas, apenas Teresina não está em situação de alerta. Em São Luís, de cada 100 casas pesquisadas 1,2% apresentou foco do mosquito transmissor da doença. Em 92% dos casos da capital maranhense a principal ameaça é por causa das condições de abastecimento de água. Estão em estado de alerta ainda São José de Ribamar, Caxias, Imperatriz e Timon.
Este ano, o Ministério da Saúde repassou ao Governo e às prefeituras maranhenses R$19,2 milhões, sendo que R$5,8 milhões acréscimo para o combate à dengue. Em todo o país houve um aumento de 23% nos recursos para o combate à doença, somando R$ 1,08 bilhão investido.
Entre as iniciativas da campanha de combate à dengue estão: treinamento de homens das Forças Armadas para atuar nas ações, caso seja necessário como ocorreu no Rio de Janeiro; parceria com o Ministério da Educação para divulgar a campanha em escolas públicas, mobilizando estudantes e professores como agentes propagadores de ações educativas; sensibilização de mais de 40 mil líderes comunitários; capacitação de 176 professores universitários de medicina e 140 de enfermagem, o que deve proporcionar uma multiplicação em potencial de 31,6 mil pessoas. Além de parcerias com instituições particulares para servirem como propagadoras das informações.
O Ministério está ainda testando três tecnologias para prevenção e controle da dengue: diagnóstico mais rápido, que já está sendo usado em 10 municípios; armadilhas para captura do mosquito, desenvolvidas em Minas Gerais e que já está em adaptação em 11 municípios, em 7 estados; e outra estratégia que já está em uso em 3 municípios é o Net Dengue, onde a população informa, via internet, sobre transmissão ou suspeitas da doença. “Não existe ainda nenhuma tecnologia no mundo que o Brasil não esteja usando para combater a dengue”, mas o ministro está confiante que com a participação da população é possível vencer esta guerra contra a dengue – “O nordeste foi quem melhor respondeu a campanha de vacinação contra a rubéola, se a gente pode fazer tão bem com a rubéola, podemos fazer melhor ainda com a dengue”, conclui Temporão.
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