Economia

'Não tem banco quebrando', diz Mantega

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h28

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou nesta quarta-feira (22) que exista alguma instituição financeira "quebrando". "O sistema financeiro brasileiro é sólido, mas tem problemas de liquidez. Se não tivesse esse problema, o Banco Central não estaria devolvendo compulsório e permitindo a compra de carteiras de crédito. Estamos irrigando o sistema para que não haja problemas", disse ele a jornalistas.

Nesta quarta-feira, o governo federal publicou uma Medida Provisória no Diário Oficial da União autorizando a Caixa Econômica Federal, e o Banco do Brasil, a comprarem outras instituições financeiras, quer sejam públicas ou privadas. O ministro Mantega negou, porém, a possibilidade de capitalização de ambas as instituições financeiras por parte do governo federal.

Segundo o ministro da Fazenda, todas as ações do governo tem sido pautadas por "regras transparentes" de mercado. "Até agora não demos nenhum socorro para nenhum setor da economia. Estamos dando liquidez e atuando dentro das regras de mercado", disse ele, acrescentando que a medida busca proporcionar mais "conforto" para o sistema financeiro.

Mantega avaliou ainda que não é somente o governo que julga o sistema financeiro brasileiro como sendo "sólido". "A cada dia saem pesquisas de instituições respeitáveis dizendo que o Brasil tem um setor financeiro dos mais sólidos do mundo", disse ele. Avaliou, porém, que os "problemas de liquidez" podem atingir, principalmente, as instituições menores, de pequeno e médio porte.

Conforto

O ministro explicou ainda que a possibilidade de os bancos públicos comprarem outras instituições buscam proporcionar "conforto". "Basta ter o conforto. Você sabe que tem alternativa disponível. Justamente por ter essa alternativa, todo mundo fica mais tranquilo e não vê necessidade da venda. Se [a venda] ocorrer, será feita em condições de mercado. Essas instituições [BB e Caixa] respondem pela eficiência", disse o ministro da Fazenda.

Compra pode ser revertida

Segundo o ministro, essa medida responde à uma necessidade momentânea de liquidez, por conta da crise financeira, e, posteriormente, poderá ser revertida. "Não é permanente. Depois de compradas as instituições, restabelecidos o crédito e a liquidez na economia, essa instituições poderão ser revendidas. Apenas um movimento para reforçar a liqujidez e o crédito em um momento de dificuldade", disse ele.

Concorrência

Na avaliação de Mantega, a medida também permitirá um aumento no nível de concorrência do setor bancário. "Hoje, os privados já podem fazer [compra de outras instituições financeiras]. Isso já é prática usual. Pode acontecer. Estamos ampliando esta possibilidade [para os bancos públicos]. Nós estamos aumentando as alternativas que tem hoje as instituições que tem problemas de liquidez", disse ele. Acrescentou que, com mais competidores no mercado, o preço de venda destes ativos poderá ser maior pela instituição financeira em dificuldades.

Ele esclareceu que as instituições financeiras privadas é que procurarão os bancos públicos para tratar de eventuais vendas. "É um interesse do setor privado. Se estiver interessado, precisando de liquidez, procurará um banco público e fará a transação. Certamente, também procurará um banco privado. E vai ver qual a melhor oferta", disse.

Banco do Brasil

Informado de que as ações do Banco do Brasil estariam em queda nesta quarta-feira após o anúncio do governo federal de que a instituição poderá comprar outros bancos, e, por conta também da uma suposta intervenção do governo na forma de atuação do BB, Mantega afirmou que este tipo de comentário é "recorrente e improcedente".

"Basta ver o desempenho do BB, sua lucratividade e eficiência. Foi para o nível 2 da bolsa de valores. Se submete rigorosamente às regras de mercado. Inclusive vendendo participação acionária maior, tendo 25% de suas ações [negociadas] em bolsa. Tem um desempenho impecável. Tão bom quanto qualquer outra instituições prrivada. Não há determinação específica [por parte do governo para comprar bancos]. Somos o controlador, mas a determinação que eu dou é que seja eficiente, aumente o crédido e baixe os juros. Tendo um bom resultado e isso tem acontecido", disse o ministro da Fazenda.

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