Seqüestro

'É prova de amor', diz advogado de seqüestrador de Santo André

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h28

SÃO PAULO - Chamado pela família para dar apoio jurídico a Linbemberg Alves, de 22 anos, o advogado dele, Eduardo Lopes, considerou nesta sexta-feira (17) o seqüestro de mais de 90 horas em Santo André, no ABC, em São Paulo, como "prova de amor".

Alves não se conformou com o fim do relacionamento de quase três anos com uma adolescente de 15 anos e a mantém sob a mira de armas na casa dela desde as 13h30 de segunda-feira (13).

"Esse caso é diferenciado porque em 90% das vezes, o autor [do seqüestro] faz certas exigências. Pede a presença do advogado e da imprensa ou alguma vantagem financeira. A única exigência dele é ficar ao lado da mulher amada", afirmou Lopes. Desde o início, ele acompanha o caso da escola feita como base da polícia no CDHU da periferia de Santo André, mas disse que "não tem acesso às negociações" e que o único contato com o cliente foi na terça-feira (14).

Lopes informou que, se tivesse chance, explicaria a Alves que ele terá assessoria jurídica e como ficaria sua situação. É nisso que ele aposta como razão para uma possível rendição do seqüestrador, que também faz refém uma amiga da ex-namorada, de 15 anos. A menina tinha deixado o apartamento na noite de terça-feira (14), mas voltou ao local na manhã de quinta-feira (16) para ajudar nas negociações entre o seqüestrador e a polícia.

"Talvez com a informação de que ele tem assessoria jurídica, ele se entregasse", disse Lopes. Ele estipulou em três anos a pena pelos crimes até então cometidos por Alves: privação de liberdade, com agravante pelo fato de as vítimas serem menores de idade, porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo. De acordo com ele, com toda essa "parafernália", a presença da multidão e da imprensa, o jovem pode ter "a impressão de que isso pode representar prisão perpétua". "Ele acha que cometeu o maior crime do mundo", completou o defensor.

Atacante

Conhecido como "Liso", Lindemberg Alves, 22, é descrito como um bom jogador de futebol. O time dele foi campeão em um torneio disputado na quadra da escola que atualmente está fechada por causa do seqüestro. "Ele é atacante, joga bem", contou o ajudante-geral José Evair Domingues, 41, que afirmou ter organizado a competição no ano passado.

O motivo dos jogos seria arrecadar fundos para ajudar uma menina com câncer. Apesar do bom relacionamento com Alves, o também morador do conjunto habitacional criticou a postura do amigo. "Eu não estou gostando disso. A pessoa tem que ter Deus no coração", contou Domingues.

A maioria dos vizinhos se diz surpresa com o caso. "Ele é uma pessoa alegre", afirmou outro colega. Em uma das fotos mostradas pelos amigos, Alves aparece abraçado ao irmão caçula de sua ex-namorada, que foi colega de time.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.