Eleições

Flávio Dino sabatinado na Mirante AM

Cíntia Araújo e Luís Victor - Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h28

O candidato a prefeito de São Luís, Flávio Dino (PCdoB), foi sabatinado, na manhã de hoje (14), na Rádio Mirante AM. Participaram da sabatina os jornalistas e radialistas da Rádio Mirante AM e do Jornal “O Estado do Maranhão”, Roberto Fernandes, Geraldo Castro, Mário Carvalho, André Martins, Décio Sá e Marco Aurélio D’Eça. Dentre os temas abordados no debate: propostas de governo, relação com os evangélicos, “gato” em apartamento, casamento homossexual, entre outros assuntos.

Crise Americana

“Nós atravessamos várias crises internacionais. No governo de Fernando Henrique Cardoso, do governo do PSDB, do partido de Castelo, que ele apoiou. Toda crise internacional que havia os trabalhadores e o povo brasileiro eram os que sofriam mais. Volta da inflação, desemprego, o Brasil parava. Nessa época, o Brasil quebrou três vezes. Quando Lula assumiu o governo houve uma instabilidade na economia brasileira. Temos indicadores econômicos cada vez melhores. Cada vez o governo deve menos. Com isso, sobra dinheiro para investimentos como o PAC e Bolsa Família. Eu estou tranqüilo porque as condições gerais me permitem falar de habitação, saúde e educação com a certeza de que a prefeitura de São Luís não terá a sua capacidade de investimento destruída por uma crise internacional. Nós temos margens inclusive para diminuir tributos. Vamos diminuir taxas em favor dos pequenos comerciantes. Nós temos espaço fiscal para diminuir o IPTU. Eu estudei a situação financeira de São Luís e sei o que é possível fazer.”

PT x PSDB: o que fizeram pelo Brasil

“O governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) nunca priorizou políticas sociais, por isso o Bolsa Família é o sucesso que é. Corrupção é um tema muito bom para ser discutido na disputa municipal de São Luís. 220 jornalistas que cobrem o Congresso Nacional se reuniram para dar o nome de cinco parlamentares do Brasil, deputados e senadores e eu estou entre os cinco. Castelo não pode falar disso. Eu tenho autoridade para falar que o prefeito Flávio Dino não vai admitir corrupção em seu governo. Meu passado me dá credibilidade para falar sobre isso.”

Demitir funcionários

“A candidatura de João Castelo difunde uma mentira contra mim, dizendo que eu vou demitir os contratados. Eu disse na televisão e repito aqui. Os contratados não podem ser punidos porque, em algum momento, alguém não cumpriu a lei. Qual o sentido de demitir uma pessoa que está a tantos anos fazendo aquele serviço para colocar outro que não irá prestar o serviço com a qualidade necessária para o cidadão. Tenho um compromisso claro. Nunca pensei em nada diferente de manter os contratados na prefeitura. Quero realizar uma administração sem ódio, sem perseguição. A diferença entre uma política moderna e a antiga é a seguinte: a antiga prega que se uma pessoa ganha uma eleição muda todo mundo e começa tudo de novo, demite todos. Essa é a política oligárquica que João Castelo representa. Ele é uma pessoa do atraso. A política moderna é a do diálogo do entendimento. Eu vou tirar o servidor só por que ele é de outra administração? Eu reafirmo que vou contratar mais gente para a prefeitura, nós temos um espaço fiscal para pagar mais gente. Vamos chamar os concursados dentro das vagas existentes e manter os contratados.”

Endividamento público de São Luís

“A prefeitura de São Luís não tem endividamentos expressivos como o Governo do Estado. Não temos dívidas contratadas pela prefeitura. Ao contrário, a prefeitura tem espaço para contratar novas operações de financiamentos. Temos cinco ou seis projetos tramitando no banco BNDS para construir novas avenidas em São Luís. Além do dinheiro do orçamento próprio do município, além das parcerias com o Governo do Estado e com o Governo Federal. Nós vamos contratar essas operações de crédito de financiamentos.“

Cultura

“Tudo é cultura. Os grupos culturais dos bairros fazem cultura e nós precisamos valorizar esses grupos o ano inteiro. A nossa política cultural vai além dos eventos. Nós precisamos fazer uma estratégica correta. O exemplo está no Governo Federal. O Ministério da Cultura faz o projeto Ponto de Cultura onde os grupos culturais apresentam seus projetos e recebem um apoio de até R$ 185 mil por ano.“

Experiência administrativa

“O candidato João Castelo alega que fez um bom governo quando foi governador. Eu era criança neste tempo. Quando João Castelo assumiu o governo, naquele tempo, ele tinha a minha idade, a idade que eu tenho hoje, depois ele era deputado federal, o que eu sou hoje, com a diferença entre o meu desempenho parlamentar e o dele. Ele não fala sobre o desempenho dele como deputado federal e senador. Ele só fala de quando era governador. Quando ele era deputado federal, ele alegava que tinha muita experiência como gerente de banco. É fato. As histórias da passagem dele pelo Basa são muito conhecidas. Nós precisamos comparar a trajetória de um e de outro. Antes de ser deputado federal, eu fui juiz por 12 anos e tenho muito orgulho da minha experiência como juiz. Sou advogado de vários membros do PSDB.”

Aliança com o atual prefeito Tadeu Palácio

“Minhas alianças além de serem transparentes, tiveram outra característica. Ninguém me pediu nada. Eu não fiz nenhum acordo, nem envolvendo dinheiro e nem distribuição de cargos na futura administração municipal. O prefeito Tadeu Palácio não me pediu um único cargo para poder me apoiar. Ele está preocupado em ter uma administração boa para a cidade dele. E ele entende e considera que essa pessoa mais indicada sou eu para conduzir esse novo momento na administração de São Luís.

Transporte Coletivo

“Nós tivemos um avanço importante que foi a integração. E foi a integração que permitiu que nós tivéssemos uma tarifa congelada por 4 anos. Eu vou lutar para que a gente mantenha a tarifa congelada, esse é o objetivo. Diferente de João Castelo que disse, ontem, que iria sentar com os empresários para discutir uma tarifa que não quebre as empresas. Eu também vou sentar com os empresários do setor, mas será para encontrar uma tarifa que seja socialmente possível. Por exemplo: no domingo, reduzir a tarifa para que as pessoas tenham lazer. Em Fortaleza se faz isso, chama-se a tarifa social da prefeita Luizziane Lins, do PT. Nós não vamos aumentar a tarifa de ônibus.“

Gato de energia em apartamento

“Esse apartamento era alugado para um cidadão que tem CPF, endereço e contrato de locação. E ele era o responsável pelo pagamento das contas de energia, de condomínio desse período. O síndico declarou isso. Agora está no meu nome porque o apartamento é meu. Esse assunto já foi esclarecido”.

Relação com a família

“Nossos adversários criam histórias absurdas. Ficam levantando essas coisas por que não tem o que dizer. Meu pai tem 76 anos e tenho muito orgulho dele. Tenho uma relação ótima com minha família.“

Casamento homossexual

“Eu não discrimino ninguém, eu não sou homossexual. Sou heterossexual praticante. Se fosse homossexual diria, porque não escondo nada. A pergunta é: o prefeito de São Luís pode discriminar uma pessoa por opção sexual? Claro que não. Todos são cidadãos independentes da sua cor, religião, raça, sexo ou opção sexual. Não existe, sequer, proposta de casamento homossexual. Casamento é uma instituição entre um homem e uma mulher. O que existe é uma proposta de querer determinados direitos que as pessoas heterossexuais têm e, que os homossexuais tenham também, por exemplo: plano de saúde. Esse debate não é tema para o prefeito de São Luis. É debate para o Congresso Nacional, que tem uma perspectiva da igualdade de todos perante a lei.“

Saúde

“Precisamos saber como gastar o dinheiro disponível. Há um esforço de manter a rede funcionando. Nós precisamos qualificar o que é mais importante. Grande parte dos Socorrões são problemas simples que os postos de saúde poderiam resolver. Vamos ampliar o atendimento desses postos para diminuir o fluxo de pessoas nos Socorrões. Vamos construir um novo hospital em São Luís. Vamos priorizar estratégias do programa Saúde da Família, entre outras medidas. Assim como, a revitalização das unidades mistas.

Relação com os evangélicos

"Minha relação com os evangélicos é marcada pela transparência e pela clareza. O prefeito tem suas crenças individuais e de sua família. O verdadeiro cristão não descrimina ninguém. Eu serei o prefeito de São Luís contra a mentira, o boato e o ódio. Vamos fazer uma administração onde separaremos bem as coisas. O âmbito da religião é o âmbito da religião e o âmbito da administração é uma administração republicana. Quem defendeu a liberdade de consciência e de crença, a separação de igreja e política, foram, em primeiro lugar, os evangélicos."

Ligação política com o grupo Sarney – Encontro com Roseana

"Eu sou uma pessoa educada. Quando encontro as pessoas eu cumprimento. A última vez que eu encontrei a senadora Roseana foi no Congresso Nacional, no dia da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Encontrei com ela, dei bom dia. Como faço com todo mundo. Faço até com o João Castelo. Não existe uma relação política minha com o grupo Sarney. Nunca"

"João Castelo foi governador. Ele foi indicado, escolhido, ele não foi eleito pelo povo. E quem escolheu João Castelo, governador do Maranhão? José Sarney. Além de tudo ele é ingrato, ele deve gratidão ao Sarney. Ele recebeu pressentes de José Sarney a vida toda. Então, quem entende do grupo Sarney é Castelo. Eu sempre fui e continuo a ser o candidato da esquerda, um candidato independente."

A “Frente de Libertação”

"Eu quero libertar a Frente de Libertação. Libertar do domínio do PSDB. Libertar o Jackson das garras tucanas, do bico do tucanato do PSDB. Porque isso é uma ameaça. Porque em 2010 nós teremos eleições presidenciais, e com João Castelo prefeito de São Luís e Sebastião Madeira prefeito de Imperatriz e o PSDB mandando no governo Jackson, irão votar contra o presidente Lula."

Flávio Dino, eleito deputado com votos de currais eleitorais?

"Estamos lutando para que haja uma alternativa política nova no Estado. Não me interessa e não interessa ao povo do Maranhão, tirar o grupo Sarney e colocar coisa pior. Precisamos fazer uma transição para o futuro e não para o passado. Todas as minhas alianças eleitorais em 2006 são públicas. E sou deputado graças a essas alianças. O que não aceito e acho um equívoco gravíssimo é dizer que fui eleito com votos dos currais. Isso é um desrespeito ao povo do interior do Maranhão."

Prestígio no Judiciário para soltar o prefeito Tema Cunha, preso na operação Rapina

"Eu estava atuando como advogado. De fato, ingressamos com habeas corpus. E aquilo que foi dito de que eu entrei no gabinete da juíza, foi dito por um advogado, infelizmente. A juíza decidiu como achou que deveria decidir. Jamais ditei coisa alguma pra ninguém, jamais fiquei horas no gabinete da juíza, jamais usei da minha influência, dos meus amigos no Judiciário para nada. Não usei, nunca usei, nunca procurei nenhum juiz deste país para pedir alguma coisa ilegal, nunca. Porque eu tenho ética."

Propostas para o Esporte

"Para o esporte, destaco uma política que cuide de três esferas: esporte de alto rendimento, que são aqueles atletas que têm condições de participar de competições nacionais e internacionais e terão apoio separado. O esporte das comunidades, onde vamos construir mais quadras e campos, além de cuidar das praças esportivas já existentes. E o esporte educacional, ou seja, associado às escolas. Para isso, temos um programa muito bom, premiadíssimo, do governo Lula e que vamos aplicar em São Luís. Trata-se do programa segundo tempo, com reforço alimentar e material esportivo para crianças de 7 a 14 anos da rede municipal."

"Futebol: vamos concluir as obras no Estádio Nhozinho Santos. Vamos fazer a nossa parte, o Municipal terá as condições de ser a principal praça esportiva de São Luís."

O que é o projeto PAC São Luís

"O PAC São Luís é a articulação de três ações fundamentais: a primeira, um rigoroso programa municipal de habitação. Nós temos sub-moradias em São Luís, as palafitas, mas nós temos outro problema oculto. O problema do filho que casa e continua a morar na casa do pai. Porque não existe uma política municipal de habitação. Eu estou assumindo o compromisso de construir 40 mil casas nos quatro anos de governo. O dinheiro vai sair de programas federais, como o Crédito Solidário, Operações Coletivas, FINIS, PAR. Tudo isso são recursos disponíveis que vamos buscar."

"A segunda é saneamento: é tradição aqui na nossa cidade que saneamento é um tema da Caema. Isso está errado, o serviço de saneamento é da prefeitura. E como prefeito eu vou fazer duas coisas: cobrar da Caema para que ela faça sua parte e eu vou fazer a minha parte, ações diretas da prefeitura. Vamos acabar com os esgotos a céu aberto."

"A terceira é a regularização fundiária: todas as pessoas vão receber documentos de propriedade de suas casas, faltava uma lei, mas a aprovamos em 2007. Hoje, com a lei que fizemos é possível o Governo Federal doar os terrenos para as pessoas. Um documento de propriedade é muito importante."

Dino fala sobre sua afirmação: “obras faraônicas”

"O desafio do próximo prefeito é cuidar das pessoas. E fazer as obras necessárias para que as pessoas tenham serviço de qualidade. Quando João Castelo foi governador, ele foi no tempo da ditadura, com apoio do governo federal, o que El não terá agora. E isso permitiu que ele tivesse acesso a muitos recursos. E ele conseguiu fazer obras. Acho isso maravilhoso, muito bom para nosso Estado. Agora, ele pretende ser prefeito num contexto totalmente diferente. E como ele fará as obras? Quais obras? Ele não informa. A questão central de São Luís não é só construir, mas fazer com o que já existe funcione bem. Castelo ficou preso no seu tempo, no tempo ao qual ele pertence, Castelo é um político do passado, porque não entende o momento presente."

Dino confirma que Castelo chamou Lula de “peru tonto”

"Em 2005, João Castelo disse a seguinte frase: O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o presidente Lula parece um peru tonto em época de Natal. Porque o governo está sem rumo. Esta é a avaliação de João Castelo sobre o governo Lula. Esse foi o discurso do candidato João Castelo, confirmando o que disse o ex-presidente Fernando Henrique. Então isso mostra, que eu não sou mentiroso, aqui estão as provas."

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