Economia

Petrobras negocia venda de excedente de gás a distribuidoras

Atualizada em 27/03/2022 às 13h30

SÃO PAULO - A Petrobras estuda a venda de volume excedente de gás natural às distribuidoras, além do que já é contratado. Isso aconteceria em períodos mais chuvosos, nos quais as usinas termelétricas ficam desligadas, diante de grandes volumes d'água nos reservatórios.

A diretora de Gás e Energia da estatal, Maria das Graças Foster, explicou nesta quarta-feira que a integração da rede por meio da construção de novos gasodutos permitirá que o gás que é perdido em pontos isolados seja mais aproveitado. Atualmente, a diretora calcula um total de 1 milhão de metros cúbicos/dia que fica preso na rede.

"A gente vem discutindo esse mercado spot (à vista) de gás. Se estiver chovendo, com GNL disponível, posso começar a identificar que por algum período terei um volume de gás que quero vender no mercado spot. Imagina ficar com volume parado e chovendo barbaridade. Vou fazer atendimento spot para as distribuidoras", afirmou.

A Petrobras iniciou entendimentos com a Comgás, distribuidora paulista, para fazer esse tipo de atendimento. A executiva disse que as distribuidoras tem que desenvolver esse mercado, que atenderia cliente bicombustíveis -- com opção de duas fontes de energia para gerar a produção.

"Se eu não oferecer ao mercado, ele não se desenvolve. Quando vai acontecer, vai depender da distribuidora", observou.

Graças Foster, disse ainda que encargos inerentes à compra de GNL (Gás Natural Liquefeito) no exterior tornam o produto pouco competitivo nos leilões de energia elétrica. Para ela, enquanto não houver gás oriundo da produção interna para as usinas disponibilizadas no leilão, a tendência é que seja gerada cada vez mais energia térmica movida por combustíveis fósseis como óleo combustível e carvão, que são mais poluentes.

O GNL que a Petrobras está trazendo ao mercado será voltado exclusivamente para a geração de usinas termelétricas. Graça Foster explicou que o gás que está sendo colocado nos leilões tem formação de preço internacional.

"O que nós entendemos é que nós seremos mais competitivos para gás natural na hora em que tivermos mais gás doméstico ou tivermos GNL nosso. Que eu não tenha que pagar o risco de uma carga que eu não tenho. Vou buscar essa carga, e pelo meu risco, ela acaba ficando mais cara. E dentro das regras do leilão, ainda há encargos maiores por ser um gás GNL por 60 dias", afirmou.

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