Mais caro

Preço do cimento já subiu 45% em São Luís

E a previsão é de mais aumentos nos próximos meses.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 13h33

SÃO LUÍS - Este ano, o cimento já subiu 45%, em média, em São Luís. A saca de 50 quilos, que custava R$ 18,00 em janeiro, agora está variando de R$ 22,00 a R$ 28,00 em lojas do segmento. E a previsão é de mais aumentos nos próximos meses.

Conforme levantamento recente divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Maranhão tem o cimento mais caro da região Nordeste. Os menores valores do saco de 50 quilos verificados pelo instituto no mês de março foram no Distrito Federal e em São Paulo, onde o preço médio é de R$ 15,50. Já o maior valor foi detectado no estado de Roraima, onde a saca custa em média R$ 28,24.

Ontem pela manhã, empresários ouvidos sinalizaram que o custo do cimento deve continuar aumentando, principalmente por causa do reajuste repassado pelos revendedores. No Depósito Pitoro, localizado na Forquilha, a saca de cimento da marca Nassau, que era vendida a R$ 26,00 semana passada já está com novo preço: R$ 28,00. “A previsão é de mais reajustes, pois o preço do cimento está aumentando toda semana”, comenta um funcionário da empresa, que não quis ser identificado.

Empresários

Na loja Âncora, localizada no Anil, próximo ao elevado da Cohab, o preço do cimento também sofreu reajuste ao consumidor final. A saca do cimento Nassau é vendida a R$ 26,00, à vista ou no cartão de débito. Em outra loja, Constrular Materiais de Construção, no Turu, a empresária Helena Lages justifica o reajuste de preços com o aumento repassado pelos fornecedores.

“Comercializo cimento aqui na loja só para manter as vendas, pois não é um produto que dá lucro ao comerciante. Hoje, compramos o cimento a R$ 27,00 do fornecedor e vendemos ao consumidor por R$ 28,00”, explica a empresária.

Na comparação com março de 2007, segundo o IBGE, o preço médio do saco de 50 quilos do produto subiu em 17 estados e no Distrito Federal e em sete permaneceu estável. A maior alta foi verificada em Minas Gerais, onde passou de R$ 9,95 para R$ 16,00, com aumento de 60,8%.

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), o preço depende de uma série de fatores, com a concentração de fábricas na região onde se consome e as distâncias percorridas.

Assim, a região Sudeste, especialmente Minas Gerais, tem uma maior concentração de fábricas. Já em alguns lugares da região Norte o frete tem um peso maior sobre o preço.

Previsão

Segundo empresários, a procura por cimento continua crescendo. “O mercado permanece aquecido. Calculamos que só no primeiro semestre cresceu na ordem de 20% em relação ao mesmo período de 2007”, revela a empresária do setor, Maria das Graças Assunção. Segundo ela, o aumento de consumo se deu no país inteiro.

O Maranhão é abastecido pelos cimentos Nassau, produzido pela Itapecuru Agroindustrial, localizada em Codó (MA); Ciplan, fabricado em Sobradinho (DF); Poty, do grupo Votorantim, em Sobral (CE) e o Zebu, produzido em João Pessoa (PB).

Consumidores que decidiram construir neste período estão surpresos com os freqüentes reajustes de preços. “Geralmente, o preço sobe no fim do ano, mas agora tem se mantido alto o ano todo. É um preço exagerado e ninguém fiscaliza. Quem sofre, como sempre, é o consumidor”, comenta a funcionária pública Magdalena Lima Coelho.

Quem pretendia reformar a casa está cauteloso. É o caso do corretor de imóveis Francisco de Assis Lima Chaves. “Eu ia deixar para fazer a reforma agora, após as chuvas, mas os preços dos materiais de construção continuam muito altos e não tem muita diferença com o fim do ano”, reclama.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.