Economia

Petrobras: Alta do petróleo não chegará ao consumidor

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h34

SÃO LUÍS - A Petrobras não irá repassar a alta do preço internacional do petróleo aos consumidores brasileiros, e a empresa continua a ter "grandes lucros". As afirmações são do presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, que participa nesta semana do Congresso Mundial de Petróleo, em Madri.

"Nenhum país está imune (à alta). Mas temos um certo grau de vacinação", afirmou Gabrielli, que destaca também o papel do etanol na manutenção dos preços relativamente estáveis. Em vários países europeus, da Ásia e nos Estados Unidos, o preço da gasolina está sofrendo altas sem precedentes. "Não vamos repassar ao consumidor a alta por causa de uma crise que é de curto prazo", afirmou o presidente da estatal brasileira.

Gabrielli insinuou que uma alta dos combustíveis afetaria o ritmo de crescimento da economia brasileira. Como 85% dos lucros da empresa vêm do mercado nacional, uma queda significaria também um impacto para a Petrobras. Portanto, a empresa prefere apostar que a crise não irá durar por muito tempo. "O dinamismo da economia brasileira é muito importante para nós, pois nosso lucro vem do crescimento do Brasil. Portanto, temos de ter cuidado se mudarmos o preço no mercado doméstico", afirmou.

"Estamos em uma situação peculiar em comparação a outras empresas de petróleo. Produzimos 2,3 milhões de barris e vendemos principalmente para nossas próprias refinarias no Brasil", disse Gabrielli. "Não vamos repassar o preço por causa de uma mudança a curto prazo. Mas repassamos para as refinarias e elas pagam os atuais preços do petróleo. Mas não repassamos as flutuações do dia a dia ao mercado brasileiro", disse.

Segundo ele, outro fator decisivo no Brasil é o uso de etanol. "O Brasil é o único país do mundo que um motorista pode chegar ao posto e simplesmente escolher o que quer", afirmou Gabrielli. Ele estima que a criação de uma empresa de biocombustíveis pela Petrobras deva ocorrer em breve. "Estamos finalizando os detalhes", disse.

"Existem alguns fatores no mercado brasileiro que nos tornam completamente diferentes", afirmou. Ele ressalta que mais de 50% do combustível usado nos carros no Brasil não é gasolina. "Isso nos faz diferente do resto do mundo e também nos faz acreditar que não precisamos repassar as mudanças de curto prazo para o mercado brasileiro", defendeu. Gabrielli admitiu que o preço do petróleo está "muito alto". Mas acredita que, no longo prazo, um incremento de produção no mundo resolverá o problema.

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