Política

Aderson Lago é acusado de novo desvio

Ele operou o mesmo esquema também em Mata Roma, segundo denunciou ontem a bancada de oposição na Assembléia Legislativa

O Estado do Maranhão.

Atualizada em 27/03/2022 às 13h38

SÃO LUÍS - O chefe da Casa Civil, Aderson Lago, teria sido beneficiário de convênios na área da saúde não apenas no município de Caxias, como já denunciado por O Estado. Ele operou o mesmo esquema também em Mata Roma, segundo denunciou ontem a bancada de oposição na Assembléia Legislativa. Foi de Mata Roma que dois assessores de Aderson Lago - um deles seu primo - receberam mesada, durante um ano, em plena campanha eleitoral de 2006. De acordo com a denúncia, o desvio envolvendo Aderson, seus auxiliares, o prefeito Lauro Pereira Albuquerque, o Graxal, e a Secretaria de Saúde chegou a R$ 1,2 milhão. O dinheiro deveria ser usado para “manutenção hospitalar no município”.

Augusto Lago, primo e secretário-adjunto do chefe da Casa Civil, e Hermildo Barbosa, assessor do gabinete, recebiam R$ 17 mil, mensalmente, repassados em cheque pela empresa Espontânea Material Hospitalar Ltda. “Esse dinheiro era sacado na boca do caixa da agência do Banco do Brasil. Um mês ia o Augusto, outro mês ia o Hermildo. Esse esquema durou, pelo menos, um ano”, denunciou o líder da Oposição, Ricardo Murad (PMDB), baseado em documentos que serão encaminhados à Procuradoria da República, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e à Polícia Federal (PF).

O esquema em Mata Roma funcionava assim: a Secretaria de Saúde depositava R$ 100 mil por mês na conta 5048-2, aberta pela Prefeitura no Bradesco. Outros R$ 5 mil eram depositados como contrapartida do município. De janeiro a dezembro de 2006, o total movimentado chegou a R$ 1.260.000,00.

Após o depósito das parcelas, a Prefeitura repassava R$ 50 mil à Espontânea Material Hospitalar Ltda. Destes R$ 50 mil é que saíam os R$ 17 mil entregues a Augusto Lago ou Hermildo Barbosa. Para Ricardo Murad, eles agiam como testas-de-ferro do atual chefe da Casa Civil. “Está provado cabalmente que Aderson Lago participou do esquema de corrupção de José Reinaldo com as prefeituras no interior”, disse o parlamentar.

Em família

Os outros R$ 50 mil do convênio percorriam caminho diferente, mas continuava entre familiares de Aderson Lago, o prefeito Graxal ou seus assessores. Algo em torno de R$ 30 mil eram divididos em salários de R$ 5 mil para médicos e dentistas. Duas dentistas são irmãs do então secretário municipal de Saúde, Gustavo Adriano Matos Corrêa, atual presidente da Câmara Municipal de Mata Roma. Outro era Evaldo Barbosa, irmão de Hermildo Barbosa.

A Gráfica Editora Escolar ficava com R$ 10 mil. Essa empresa foi responsável, entre outras coisas, pela impressão das fichas cadastrais de recém-nascidos e parturientes, cujo assunto foi alvo de denúncia de O Estado. Os outros R$ 10 mil ficavam com a Distribuidora GM, de Floriano (PI). Segundo denunciou Ricardo Murad na tribuna da Assembléia, os R$ 10 mil que seriam repassados para a gráfica, na verdade eram repassados ao filho do prefeito Graxal, Bezaliel Pereira Albuquerque. “Apenas 5% do valor ficavam com a gráfica, para pagar o imposto da nota”, denunciou o parlamentar.

Os documentos em poder da oposição mostram que, a exemplo de Caxias, o desvio comandando pelo chefe da Casa Civil em Mata Roma levou 100% dos recursos que deveriam ser usados no atendimento à população do município. “Foi com este dinheiro que o governador patrocinou a campanha dos seus aliados. E estes nem se incomodavam em usar os próprios parentes como testas-de-ferro”, declarou Murad.

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