Alerta

Médicos alertam para riscos de automedicação

Prática é mais perigosa em pacientes com a dengue.

O Estado do Maranhão.

Atualizada em 27/03/2022 às 13h39

SÃO LUÍS - Médicos e especialistas em infectologia de São Luís alertam para o perigo da automedicação quando há suspeita de dengue. De acordo com os profissionais da saúde, hemorragias, complicações no quadro clínico e até mesmo a morte podem acontecer após o paciente infectado com a dengue ingerir dosagens de remédios por conta própria. Diariamente, crianças e adultos dão entrada nos hospitais da capital apresentando os problemas devido à automedicação.

De acordo com Raimundo Antônio Gomes Oliveira, farmacêutico bioquímico com doutorado em Análises Clínicas e Chefe do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a dengue, doença infecciosa, além de causar a diminuição na contagem das plaquetas – células que auxiliam na circulação do sangue -, causa desidratação do organismo em decorrência da grande perda de líquido.

Com a automedicação, que geralmente ocorre com o consumo do Ácido Acetil Salicílico, mais conhecido como (AAS), há uma disfunção das plaquetas, o que causa sangramentos no paciente. “Se este sangramento ocorrer no cérebro, o paciente poderá ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A automedicação é perigosa e precisa ser evitada”, alertou ele.

O bioquímico lembrou que, mais importante que qualquer medicação, é o combate ao mosquito Aedes aegypti, o que evita problemas posteriores. “É muito importante a população saber que independente de qualquer coisa, a prevenção à doença ainda é o ato mais seguro. Agora, caso haja sintomas da dengue, a procura por ajuda médica tem que ser destacada. Se o paciente for criança, os pais devem procurar o pediatra e, se for adulto, o profissional indicado é o infectologista”, orienta.

O pediatra do Setor de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário da UFMA – unidade Materno Infantil, Leônidas Lopes Braga Júnior, alerta a população para a dificuldade nos diagnósticos com a automedicação. Ele disse que muitas vezes a doença é “mascarada” por efeitos dos remédios. Os medicamentos mais indicados em caso de suspeita de dengue são: antitérmicos como a Dipirona e o Paracetamol. “Estes podem ser usados sem problema algum pelos pacientes”, garante o médico. Os medicamentos que não podem ser utilizados em hipótese alguma, em caso de dengue, são o AAS, corticóides orais e antiinflamatórios.

De acordo com Leônidas Braga, a dengue é uma doença infecciosa causada por arbovírus. Pode ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e Aeds albopictus. Os sinais de alerta da doença são: desidratação; dores no corpo e na barriga, sonolência, tontura excessiva e vômitos freqüentes. “Estes são os sinais de alerta da doença, que podem ajudar o paciente a procurar um infectologista para diagnóstico e tratamento em caráter de urgência”, finalizou ele.

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