Alemã

Visita de Angela Merkel à Israel é iniciada

France Presse

Atualizada em 27/03/2022 às 13h41

TEL AVI - A chanceler alemã Angela Merkel chegou neste domingo a Israel para uma visita oficial de três dias cujo objetivo é fortalecer as relações de seu país com o Estado judaico, quase 60 anos depois de sua criação, em 1948.

A chefe de governo alemã foi recebida com honras no aeroporto internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv, pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, pelo ministro da Defesa Ehud Barak e por outros membros do governo, além de grandes rabinos do país.

Após agradecer seus anfitriões pela "calorosa acolhida", Merkel reiterou o compromisso de seu país com a segurança de Israel e mencionou a "responsabilidade particular" da Alemanha para com o Estado judeu.

"Sabemos das ameaças que pesam sobre Israel há 60 anos e queremos contribuir (...) para alcançar, enfim, uma paz no Oriente Médio baseada em dois Estados, um Estado em Israel para os judeus e um Estado para os palestinos no território palestino", disse a chanceler.

"Por um lado, nunca devemos esquecer de nossa responsabilidade pelo passado - e a política alemã jamais o fará -, por outro, devemos olhar para o futuro de nossas relações" com Israel, declarou Merkel antes de viajar.

Para a chanceler, qualquer um que esteja familiarizado com a história do período nazista e do Holocausto deve compreender que relações estáveis e amistosas entre Alemanha e Israel são "um dos milagres da História".

Merkel será a primeira chaceler alemã a discursar no Knesset, o Parlamento israelense. Além disso, será a primeira chefe de Governo a fazê-lo, já que em geral essa função cabe a chefes de Estado.

Na segunda-feira, Angela Merkel visitará o memorial do Holocausto Yad Vashem, construído em homenagem aos seis milhões de judeus mortos no genocídio nazista.

Merkel disse ser uma questão de "mostrar nossa responsabilidade pelo passado e pelos horrores do Holocausto, e demonstrar que o direito de Israel de existir é uma constante na política exterior alemã.

A chefe de governo viajou para Israel acompanhada pelo principais membros de seu gabinete para uma conferência intergovernamental, acontecimento diplomático pouco freqüente.

"Esta é uma visita extremamente importante. A Alemanha é atualmente um dos melhores amigos de Israel na Europa e Merkel é uma das melhores amigas de Israel no mundo", declarou à AFP o porta-voz da chancelaria israelense, Arye Mekel.

Embora Merkel tenha a intenção de que a Alemanha desempenhe um papel maior nos esforços para conseguir a paz no Oriente Médio, sua visita será focada nas relações bilaterais.

Angela Merkel não se reunirá com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, mas fontes governamentais alemãs garantiram que não haverá temas proibidos em suas discussões com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert.

Neste domingo, Merkel visitará Sde Boker, kibutz no Deserto do Neguev onde está enterrado o primeiro chefe de Governo israelense, David Ben Gurion, e onde Ben Gurion se reuniu com Konrad Adenauer, primeiro chanceler da Alemanha Ocidental, em 1966.

Foi Konrad Adenauer, grande figura política da Alemanha no pós-guerra, que deu os primeiros passos em direção a uma normalização das relações em um discurso pronunciado em 1951 no Parlamento alemão, no qual assumiu a responsabilidade do país pelo Holocausto.

Os dois países estabeleceram relações diplomáticas completas em 1965.

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