TEL AVIV - O Exército israelense admitiu pela primeira vez que utilizou soldados para realizar experiências médicas de maneira inadequada.
O anúncio ocorre poucos dias antes da discussão na Suprema Corte de Justiça de Israel de um recurso apresentado por jovens soldados que participaram de uma experiência com uma vacina para o vírus antraz durante o serviço militar.
O Ministério da Defesa prometeu assumir a responsabilidade pelo tratamento de vitimas de efeitos colaterais e concordou, pela primeira vez, em submeter as experiências médicas realizadas no Exército a um controle externo.
A experiência com a vacina para o vírus antraz começou em 1999 e terminou em 2006. Os 716 soldados de ambos os sexos que tomaram injeções da vacina receberam instruções de manter a experiência em sigilo e foram informados que "os efeitos colaterais seriam leves".
No entanto, dezenas de participantes da experiência se queixaram de efeitos graves, como pneumonia aguda, problemas no sistema respiratório, infecções no sistema digestivo, tosses fortes acompanhadas por sangramento, dores de cabeça e problemas musculares.
Trinta e quatro soldados entraram com um recurso na Suprema Corte, exigindo que seja constituída uma comissão de inquérito governamental para examinar as falhas cometidas durante a experiência. Além de exigir que o Exército entregue todos os documentos médicos relacionados à experiência, que até agora eram mantidos em sigilo.
Ran Goldstein, porta-voz da ONG Médicos pelos Direitos Humanos, que também está envolvida no recurso, disse que os soldados devem ser reconhecidos como um grupo "sensível em especial, pois estão submetidos a um clima autoritário e a uma grande pressão social".
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.