SÃO PAULO - O dólar comercial fechou em queda nesta quarta-feira (20) e atingiu o menor valor nos últimos oito anos.
A moeda norte-americana fechou negociada a R$ 1,724 na venda, baixa de 0,52%. Essa é a menor cotação desde o dia 23 de março de 2000.
Ontem, a moeda caiu 0,17%, para R$ 1,734, menor patamar desde 14 de novembro do ano passado.
Segundo analistas, os investidores aproveitavam a melhora do cenário externo à medida que investidores nos Estados Unidos se animavam com os bons resultados da HP.
Dados divulgados nesta manhã pelo Banco Central mostraram que os dólares voltaram a fluir para o país no início deste mês, depois da saída de US$ 2,35 bilhões registrada em janeiro deste ano, fruto da crise externa. De acordo com a instituição, a entrada de dólares na economia superou a retirada de recursos no valor de US$ 1,04 bilhão em fevereiro, até o dia 15.
O dólar passou toda a manhã operando em alta, acompanhando a tensão do mercados frente aos números acima do esperado da inflação ao consumidor norte-americano combinado com os altos preços do petróleo.
Segundo Renato Schoemberger, operador da Alpes Corretora, o índice dos preços ao consumidor veio "praticamente em linha com as expectativas do mercado, este só deu uma reagida pontual".
Na parte da manhã foi divulgado nos Estados Unidos o índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) que veio um pouco acima do esperado.
Mas a melhora das bolsas internacionais, impulsionadas pelos bons resultados corporativos da Hewlett-Packard, facilitou a desvalorização da divisa norte-americana.
No horário do fechamento do mercado cambial, as bolsas norte-americanas apresentavam discretas altas, enquanto o principal índice da Bovespa subia mais de 1%.
"E hoje temos um fluxo bem positivo, estamos tendo entrada de estrangeiros", disse Schoemberger ressaltando que o fluxo era fruto da entrada de estrangeiros em aplicações financeiras.
Para Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, a queda do dólar "não tem ligação direta com o que se passa lá fora".
"(O dólar) está muito ligado ao que acontece aqui dentro, puxado pelas altas taxas de juros internas", disse Nehme.
"Mesmo a crise é incapaz de abalar (a queda do dólar), pois seus efeitos imediatos não atingem o Brasil", afirmou o diretor lembrando que mesmo em janeiro, quando os mercados foram fortemente atingidos pela crise, o dólar se desvalorizou quase 1 por cento.
Na última hora de negócios, o Banco Central realizou um leilão de compra no mercado à vista. A autoridade monetário definiu a taxa de corte a R$ 1,7291, e aceitou, segundo operadores, ao menos uma proposta.
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