BRASÍLIA - Índios da etnia Yanomami que moram em Roraima e no Amazonas estão sofrendo com surto de malária. Cerca de 600 mil casos já foram registrados na região, de acordo com o diretor da Hutukara Associação Yanomami, Dário Vitório Kopenawa Yanomami. O surto também está afetando as comunidades indígenas.
Em entrevista nesta sexta-feira (14) ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia, Dário Vitório disse que os índios estão muito preocupados com a saúde nas aldeias. “Registramos vários casos de índios yanomami com tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis (DST), meningite e câncer, inclusive muitos índios acabaram morrendo”, disse Dário.
Representantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) estão cuidando da saúde da comunidade indígena, mas, segundo Dário, os funcionários têm dificuldade para prestar atendimento por causa da falta de remédios e equipamentos. “Outra dificuldade que a Funasa tem é a questão demográfica. Além dos obstáculos naturais, a área é muito extensa”, acrescentou Dário.
Esses problemas, segundo Dário, prejudicam o monitoramento das condições de saúde de 15 mil índios yanomami. “As aldeias são de difícil acesso. Só dá para ir de avião”, afirmou.
Outra questão preocupante para Dário é as invasões constantes nas reservas por parte dos garimpeiros, fazendeiros e pescadores. “Como a reserva tem 9 milhões de hectares, isso facilita as invasões. Já enviamos vários documentos para Brasília, Polícia Federal e Ministério Público Federal, mas não houve nenhuma solução até o momento”, explicou.
Segundo o líder indígena, atualmente cerca de mil garimpeiros trabalham no território indígena, provocando um desmatamento enorme. Conforme ele, os Yanomami já enviaram um documento para a Fundação Nacional do Índio (Funai) pedindo a retirada dos invasores, mas receberam a resposta que não é possível tomar nenhuma ação no momento.
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