SÃO PAULO - O Brasil caiu quatro posições no ranking de educação da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). De acordo com relatório "Educação para Todos em 2015: Alcançaremos a meta?", divulgado nesta quinta-feira (29), em Santiago, no Chile, o país estava na 72ª posição, com índice de 0,905, na edição anterior e passou para a 76ª posição, com taxa de 0,902.
O programa Educação Para Todos (EPT) avaliou 129 países, dividindo-os em três grupos, conforme o Índice de Desenvolvimento (IDE), que varia de 0 a 1. Quanto maior o índice obtido, mais próximo o país avaliado está de conseguir os compromissos para a educação até 2015, assinados em Dacar, no Senegal, em 2000.
As metas são expandir e melhorar a educação infantil; fazer com que todas as crianças tenham acesso ao ensino público até 2015; zelar pelo acesso igualitário dos jovens e adultos a programas de aprendizagem; aumentar os níveis de alfabetização de adultos em 50%; diminuir as desigualdades educacionais entre os sexos; e melhorar a qualidade da educação.
O Brasil aparece no grupo intermediário, que tem 53 países. À frente do Brasil estão, por exemplo, a Bolívia, o Paraguai e o Equador. No relatório, o país é destacado pelas políticas que atingiram as camadas mais pobres, como o Bolsa Família.
Os países no ranking da Unesco
1 Noruega 0,995
2 Reino Unido 0,995
3 Eslovênia 0,994
4 Suécia 0,994
5 Coréia do Sul 0,993
23 Cuba 0,983
37 Chile 0,969
40 Portugal 0,967
54 Uruguai 0,948
64 Venezuela 0,931
65 Peru 0,931
71 Equador 0,917
72 Bolívia 0,913
75 Paraguai 0,902
76 Brasil 0,901
106 Iraque 0,793
127 Burkina Faso 0,531
128 Níger 0,480
129 Chade 0,409
Por enquanto, apenas 51 dos 129 países nos quais foi possível avaliar o IDE “alcançaram ou estão a ponto de obter” seus quatro objetivos mais tangíveis, segundo especialistas que elaboraram o documento. A Noruega tem índice 0,995 e lidera a lista desses países, seguida do Reino Unido e da Eslovênia.
De acordo com o relatório, “pelo menos” 25 nações estão muito longe de alcançar os objetivos globais da EPT. Delas, 16 estão na África Subsaariana, quatro são estados árabes, quatro estão no Sul e Oeste da Ásia e um está no Leste da Ásia. O Chade é o último país do ranking, com taxa de 0,427.
Pontos positivos
O relatório mostra que o número de matrículas nas escolas primárias aumentou 36% na África Subsaariana e 22% no Sul e Oeste da Ásia entre 1999 e 2005. Governos de 14 países aboliram taxas nas escolas, medida que favoreceu o acesso. Pelo mundo, o número total de crianças fora da escola caiu de 96 milhões, em 1999, para 72 milhões em 2005.
Entre 1999 e 2005, 17 países conseguiram atingir a igualdade de gêneros na educação fundamental. Com isso, 63% dos países conseguiram incluir o mesmo número de meninos e meninas até a educação fundamental, e 37% até o ensino médio.
Pontos negativos
O analfabetismo, segundo o relatório, continua recebendo pouca atenção e permanece como um problema no mundo, com um adulto em cada cinco marginalizados da sociedade. O problema é pior entre as mulheres: uma em cada quatro é analfabeta. O Brasil é responsável por 40% dos adultos analfabetos da América Latina.
Além disso, até 2015 serão necessários mais 18 milhões de professores para o ensino fundamental no mundo.
Para que as metas da educação se concretizem nos países com populações de baixa renda, a Unesco estima que sejam necessários, anualmente, cerca de US$ 11 bilhões em financiamento externo para a educação básica.
Em 2005, a ajuda por meio desses instrumentos não ultrapassou a marca de US$ 2,3 bilhões. França, Alemanha, Japão, Estados Unidos e Reino Unido são os cinco maiores doadores para a educação. Os três primeiros priorizam, de acordo com a organização, o ensino universitário.
O relatório
O Instituto da Unesco para Estatística é quem tem o papel principal de fornecer os dados para o relatório sobre estudantes, professores, desempenho escolar, alfabetização de adultos e custos da educação.
O instituto fica em Montreal e coleta dados de mais de 180 governos e existem limitações na cobertura dos dados. Para acelerar a coleta, o instituto trabalha junto dos governos, tentando fortalecer seus sistemas de informações e sua capacidade de análise.
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