SÃO LUÍS - Sete casos de dengue hemorrágica foram registrados em São Luís nos três primeiros meses deste ano. De acordo com números do Programa de Controle da Dengue, da Vigilância Sanitária Municipal, de janeiro até o dia 9 deste mês, 180 casos da dengue clássica também foram notificados. A preocupação agora é com o aumento dos casos de dengue hemorrágica principalmente em crianças.
O número de casos de dengue começaram a aumentar no período de 23 de fevereiro e 9 de março. Dia 23 foram confirmados apenas 73 casos. Em duas semanas ocorreu um aumento de 107 registros. “Estamos preocupados com esse aumento, mas ao mesmo tempo estamos trabalhando constantemente para diminuir os focos. Vale lembrar que nós não podemos trabalhar sozinhos. A população também deve ter consciência e seguir as orientações básicas”, afirmou o coordenador do Programa de Controle da Dengue, Pedro Tavares.
Em 2006, os dois primeiros casos foram registrados na 15ª semana, ou seja, na segunda semana de abril. Já este ano, houve sete casos logo nos primeiros meses do ano, em sete locais diferentes e não previstos pelo controle, representando, assim, novos focos da dengue: Sá Viana, Vila Mauro Fecury I, Liberdade, Vila Cascavel, Goiabal, Centro e Parque Vitória. Destes locais, apenas os bairros Liberdade e Centro coincidiram com as áreas de maior notificação da doença ano passado. Entre eles estavam o bairro Cidade Operária, Cidade Olímpica, Bequimão, entre outros.
A justificativa, segundo Pedro Tavares, está na reincidência de dengue em pessoas que já haviam sido acometidas pela doença. “Nas crianças tem ocorrido muito, supomos, por conta de serem mais frágeis, com organismo mais vulnerável quando tem alguma outra virose e também pela carga de anticorpos que é passada pela mãe”, explicou ele.
A incidência de casos em crianças, para Pedro Tavares, foi uma surpresa. “Nos surpreendemos quando analisamos os números de 2006, pois descobrimos que os casos ocorreram na maioria em crianças. Isso foi diferente de todo o resto o país”, afirmou. De acordo com o coordenador, em São Luís, o perfil da dengue tem se modificado, saindo da tendência nacional de acontecer apenas em adultos e jovens.
Motivada por esse novo cenário, a coordenação reforçará os trabalhos de prevenção e combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue. “Nós queremos eliminar a possibilidade de um surto ou uma epidemia de dengue. Por enquanto, tentamos deixar sempre sob controle o índice de infestação na cidade. Se as pessoas ajudarem, nenhuma situação mais complicada acontecerá”, afirmou o coordenador.
ÍNDICE
Em um levantamento realizado em novembro do ano passado, o índice de infestação do mosquito Aedes aegipyt na cidade era 2,5, o que significa que para cada 100 imóveis visitados três eram pontos de criadouros do mosquito. O último levantamento, realizado entre os dias 8 e 12 de janeiro, revelou que o índice subiu para 3,6 - para cada 100 imóveis pelo menos quatro apresentaram criadouros. “O índice subiu até por conta das chuvas, o que é preocupante. Imagine esse número de quatro imóveis para cada 100, em um universo de mais de 250 mil?”, observou Pedro Tavares, chamando a atenção também para os eventos migratórios. “Novos casos em locais inesperados acontecem também devido a moradores da cidade passarem períodos em outras cidades, como aconteceu no Carnaval. A pessoa é infectada em outro lugar, volta para o seu bairro, o mosquito vem e se infecta, passando assim também para outras pessoas”, explicou.
Para completar as ações de combate à dengue, o programa também está realizando a operação denominada “Bota-fora”. Os agentes, com uma equipe da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), visitam bairros retirando objetos como sucata de carro, pneus, sofás etc. Já foram realizados três mutirões.
Saiba Mais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.