Escolas e universidades terão intérpretes de língua de sinais

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 14h12

Brasileiros com deficiência auditiva vão ganhar um incentivo precioso a partir do próximo mês: escolas e universidades federais estarão obrigadas a ter intérpretes da língua dos sinais.

A língua dos sinais fez de Laís e Tarcila duas alunas iguais às outras. A intérprete Vanessa Viana acompanha todas as aulas, cinco horas por dia. E as meninas surdas não perdem nada. “As meninas sempre estão um pouquinho acima da média. Elas perguntam, tiram dúvidas e se dão bem”, conta a professora de ciências Yara Moraes.

Vanessa aprendeu os significados dos sinais com o irmão mais velho, que é surdo. Hoje, é uma profissional que se sente feliz de não só ajudar Laís e Tarcila a passar de ano, mas também a se integrar na sociedade. "Existe um certo preconceito, em qualquer lugar há. Mas, aqui, nós temos esse trabalho de inclusão para que isso não aconteça", explica a intérprete de sinais.

A escola é particular e contratou Vanessa por decisão própria. Mas no próximo mês, entra em vigor uma lei que obriga todas as escolas e universidades federais a ter um intérprete da língua dos sinais sempre que houver um aluno surdo na classe.

Há falta de profissionais no Brasil. Eles se formam em cursos que duram três anos. É uma carreira em ascensão. ”A todo momento, você tem um surdo precisando de uma informação, precisando de uma orientação dentro de repartições públicas e dentro de shoppings”, diz a professora de português Roseli Leme Moreira.

Hoje no Brasil, existem 70 mil alunos surdos no ensino fundamental e médio. E apenas mil no ensino superior. O intérprete na sala de aula pode melhorar essa relação. Fazer com que mais jovens surdos entrem em uma universidade, para que tenham melhores condições de enfrentar o mercado de trabalho.

Úrica concluiu o ensino médio com ajuda de intérprete. Ela acaba de passar no vestibular de biomedicina. E tem fé que vai encontrar um bom emprego. Laís pensa em ser médica. Tarcila quer fazer ciência da computação. “Elas vão conseguir sim, porque elas têm capacidade para isso”, afirma Vanessa.

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