Governo gasta mais com universitário do que com aluno do ensino fundamental

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 14h13

RIO - Nas últimas décadas, no Brasil, o número de alunos cresceu tanto no ensino básico, como no ensino superior. No entanto, para milhões de estudantes, ainda é difícil entrar em uma universidade pública. O valor do investimento do Governo no ensino fundamental é praticamente o mesmo no ensino superior.

Dados do Ministério da Educação mostram que o acesso ao ensino básico aumentou. Em 1985, 24 milhões de alunos cursavam o ensino fundamental. Atualmente são mais de 33 milhões. Mas um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revela que de cada 10 alunos que entram no ensino fundamental, só cinco concluem a 8ª série.

No ano passado, o Ministério da Educação gastou com o ensino superior cerca de R$ 7,2 bilhões. O valor é praticamente igual ao que foi investido no ensino fundamental. Quando se divide esses totais pelo número de alunos, o resultado revela uma grande distorção. Em média, cada estudante das universidades federais custou pouco mais de R$ 10 mil por ano. Enquanto isso, o gasto do MEC por aluno do ensino fundamental foi de apenas R$ 218.

"As pessoas que têm acesso ao ensino superior são pessoas que têm famílias mais abastadas. Padrão de vida melhor... Então é como se estivesse tirando de quem não tem e dando pra quem tem recurso”, afirma o economista Sabino Porto Junior.

"O Brasil tem taxas de acesso à educação superior muito inferiores à da Argentina, do Uruguai, à do Chile”, afirmou Maria Beatriz Luce, do Conselho Nacional de Educação. Segundo o Ministério da Educação, em 10 anos o número de vagas no ensino superior foi multiplicado por quatro no Brasil. O aumento ocorreu principalmente nas faculdades particulares, que hoje são maioria absoluta.

O Ministério da Educação informou que, pela Constituição e por emenda constitucional, deve cuidar do ensino superior. Os estados e o Distrito Federal devem atuar especialmente no ensino médio. Os municípios, na educação infantil, fundamental. Segundo o Ministério, mesmo assim a União é solidária com estados e municípios em programas como merenda escolar, livro didático, formação de professores e salário-educação.

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