José Gerardo passa mal e é internado na UDI

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h15

SÃO LUÍS - Internado desde o último sábado no hospital UDI, o ex-deputado estadual José Gerardo de Abreu, que cumpre pena de reclusão de 19 anos na Penitenciária São Luís pela morte do delegado Stênio Mendonça, deve ser submetido a uma intervenção cirúrgica para retirada de um nódulo na cabeça.

O hospital não informou se é um nódulo maligno ou benigno e a gravidade do problema, tampouco se já aconteceu intervenção cirúrgica anterior no paciente. O fato somente chegou ao conhecimento da imprensa na tarde de ontem. José Gerardo, que, por ser um detento do Complexo Penitenciário, está sob escolta de um agente penitenciário. Ele já estaria em tratamento médico há algum tempo.

O ex-deputado permanece recolhido no apartamento 226, no segundo andar, ala amarela do hospital, com visitas liberadas apenas aos familiares, que não fornecem informações sobre seu quadro clínico. Não há previsão de alta médica, segundo funcionários do hospital. José Gerardo de Abreu está preso desde novembro de 1999, quando se entregou à polícia em Brasília – depois de simular uma tentativa de suicídio. Ele permaneceu foragido da Justiça por quase um mês.

Delegado

Gerardo foi acusado de ser um dos mandantes da execução do delegado Stênio Mendonça, em maio de 1997, crime pelo qual foi julgado em 2002 e condenado. Gerardo responde, ainda, a outros processos, a maioria sob acusação de mandante de execuções. Este ano, ele foi pronunciado a júri popular, em companhia do médico legista Badan Palhares, pelo assassinato do adolescente José Maria Brito Júnior, que foi morto em junho de 1988.

José Gerardo foi acusado de ser o chefe do crime organizado do Maranhão e indiciado pela CPI do Narcotráfico quando esteve em São Luís.

Os crimes atribuídos a José Gerardo

CASO CARLINDO – Carlindo Sousa Cunha foi morto em novembro de 1999. Familiares da vítima acusaram o ex-deputado como mandante do crime, que teria sido praticado pelo pistoleiro conhecido como Rirmualdo.

CASO MOUSINHO - José Maria Mousinho, ex-funcionário da construtora Estral, de propriedade do empresário Vilas Boas, foi assassinado a tiros no dia 24 de agosto de 1990 e as investigações da polícia apontaram como mandante do crime José Gerardo, seu ex-patrão.

CASO BRITO JÚNIOR - Antônio Penha Brito Júnior, 13 anos, teria sido seqüestrado em uma praia, e o corpo foi encontrado dias depois em Alcântara. Por esse crime, José Gerardo e o médico legista Bandan Palhares foi pronunciados a júri recentemente. Na época do crime, o pai da vítima, José Antônio Penha Brito, era gerente do Banco do Brasil, em São Luís, e teria negado um empréstimo a Gerardo.

CASO DEDÉ DA CETRACOL - O empresário aposentado José Barreto de Carvalho Moreira, 63 anos, o Dedé da Cetracol, revelou que um auxiliar de mecânico conhecido como Iran, que trabalhou na sua empresa de coletivos Cetracol, recebeu dinheiro do deputado José Gerardo para sabotar os ônibus que faziam a linha em São José de Ribamar. Inquérito policial foi apurado na delegacia daquele município entre os anos 1975 e 1976. Dedé da Cetracol conseguiu sobreviver a um atentado, em 1979.

CASO MARLY BARBOSA (PREFEITA DE LAGO DO JUNCO) - Depois de ganhar uma eleição do candidato apoiado pelo deputado federal Davi Alves Silva - assassinado em 1998 -, a ex-prefeita perdeu o marido e um filho, viu pessoas próximas sendo mortas, e sobreviveu a um atentado em que foi atingida com uma bala de fuzil no rosto. Nesse caso, Gerardo acabou envolvido indiretamente.

CASO - STÊNIO MENDONÇA - Além de José Gerardo de Abreu, Joaquim Laurixto, Ismael Costa e Silva, José Rodrigues da Silva, o Zé Júlio, Carlos Antônio Martins, Carlos Antônio Maia, Ilce Gabina Moura, Luís Moura, Jorge Gabina, Claudenil de Jesus Silva, o Japonês, e Máximo Moura, foram denunciados. O homem identificado como Lindenor de Freitas Façanha Júnior, o Júnior Cabeça, que ainda está foragido, também foi indiciado.

CASO JORGE FALADOR - O empresário Joaquim Laurixto e o ex-deputado estadual José Gerardo de Abreu foram indiciados como mandantes, no inquérito que apurou a execução do ex-policial Jorge Menezes, o Jorge Falador. A autoria do crime é atribuída ao pistoleiro Ismael Costa e Silva, que também foi indiciado.

NARCOTRÁFICO - O ex-deputado cassado José Gerardo de Abreu responde a processo por envolvimento no tráfico internacional de entorpecentes, formação de quadrilha e contrabando de armas.

CRIME ORGANIZADO - As investigações sobre o crime organizado no Maranhão tiveram início a partir de denúncias formuladas pelo motorista de carretas Jorge Meres, em agosto de 1999.

CASO BEL E SEU BANDO - Preocupados em serem delatados pelos membros da quadrilha que foram presos em Belém, o então deputado José Gerardo e Joaquim Laurixto tentaram a todo custo “queimar os arquivos”, primeiro financiando o assassinato do Bando Bel (José Humberto Gomes Oliveira, o Bel, Israel Cunha, o Fala Fina, Cabo Cruz e Marcondes Pereira, o Marcone), ocorrido em 3 de julho de 1997, em uma estrada carroçavel que dá acesso ao povoado Barro Vermelho, em Santa Luzia do Tide.

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