Vedoin cita mais um senador e diz que existiam outras Planans

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 14h18

BRASÍLIA - O empresário Luiz Antonio Vedoin, da Planam, referiu-se em depoimento, que ocorre na tarde desta quinta-feira, na Polícia Federal de Brasília, sobre a existência de a um quarto senador envolvido no escândalo das asanguessugas. A afirmação foi feita pelo vice-presidente da CPI das Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

Jungmann disse que Vedoin não revelou o nome desse quarto senador, mas contou que o envolvido conseguiu a liberação de R$ 20 milhões em recursos extra-orçamentários. O vice-presidente ressaltou, porém, que o senador não teria ligação com as fraudes na compra de ambulâncias.

Vedoin já havia revelado o nome de mais três senadores: Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). Todos negaram envolvimento com a máfia das ambulâncias e apresentaram defesa à CPI.

Inicialmente, o empresário citou o nome de outros dois deputados, mas em seguida recuou, não confirmando a acusação.

Estratégia de mercado

Em seu depoimento, Vedoin reafirmou que os parlamentares sabiam das negociações de seus assessores para a compra fraudada de ambulâncias por meio de emendas ao Orçamento. A declaração, ocorrida na Superintendência da Polícia Federal, contraria a defesa de alguns parlamentares acusados de participação no esquema das Sanguessugas, que asseguram que os assessores agiram por conta própria.

O presidente da CPMI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), declarou, ao final do depoimento que durou cerca de 7h, que "já há provas suficientes para responsabilizar um elevado número de parlamentares".

"É inadmissível que parlamentares sejam "sócios" das emendas ao Orçamento", criticou Biscaia.

Vedoin relatou que o esquema das ambulâncias é utilizado por empresas de outros setores para garantir contratos com órgãos governamentais. Nas palavras de Vedoin, segundo Biscaia, as fraudes seriam uma "estratégia de mercado".

Entre as empresas, Vedoin citou a Lealmaq, de Belo Horizonte, que a Polícia Federal suspeita de atuar como fachada para legitimar as concorrências dirigidas.

Outro ponto detalhado foi uma certa "reserva de mercado", na região Nordeste, para empresas concorrentes da Planam, o que explicaria o fato de a Planam não ter conseguido na região a performance que alcançou em outros pontos do País.

O presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) informou que o relatório parcial da comissão será apresentado na próxima quinta-feira. Biscaia informou ainda que a comissão vai sugerir alterações nos procedimentos relativos às emendas ao Orçamento, para evitar novas fraudes.

Com informações da Agência Câmara

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