Haddad diz que desempenho dos alunos do sistema de cotas mudou sua opinião sobre reserva de vagas

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 14h21

BRASÍLIA – O bom desempenho dos alunos que vieram das escolas públicas e entraram na universidade pelo sistema de cotas convenceu o ministro da Educação, Fernando Haddad, de que o sistema é justo. Em entrevista a coletiva a uma rede de rádios, realizada pela Radiobrás, o ministro confessou que ao chegar no ministério, em 2004, era contrário à reserva de vagas.

"Me parecia que o vestibular, sendo universal, resolveria o problema, mas as evidências me convenceram do contrário", afirmou Haddad. Segundo o ministro, o aluno da escola pública, que em geral tem menor poder aquisitivo, supera obstáculos que os alunos da rede particular não enfrentam.

"Se o meu filho, que estuda em colégio particular, tirar exatamente a mesma nota que um aluno da cidade-satélite de Brasília tirar no Vestibular, é evidente que esse estudante da cidade-satélite merece a oportunidade. Porque aquele aluno (...) superou as dificuldades muito superiores ao aluno médio da escola particular", exemplificou.

Haddad afirmou que a reserva de vagas se justifica porque reconhece a diferença e, ao fazer isso, abre caminhos para os jovens talentosos que enfrentam mais dificuldades na vida.

Haddad falou também da criação da Universidade Aberta, pólos de educação que serão mantidos pelos municípios com os objetivos de oferecer formação inicial e continuada aos professores atuantes. Segundo o ministro, essa ação vai colaborar para que os alunos egressos da escola pública e entram na universidade por meio das cotas tenha uma boa formação básica.

"Dados das universidades que aplicam o sistema demonstram que o profissional formado por essas instituições é de mesma qualidade do que antes do sistema vigorar. Portanto, não há prejuízo acadêmico", completou.

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