BRASÍLIA - O ex-secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, Sílvio Pereira, depõe às 11h desta quarta-feira (10) na CPI dos Bingos. A convocação do ex-líder petista aumentou em importância após dar entrevista ao jornal O Globo, do Rio de Janeiro, no último domingo (7), na qual informou que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza pretendia arrecadar R$ 1 bilhão com o PT no governo, e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então deputado José Dirceu, o presidente do PT na época, José Genoino, e o senador Aloizio Mercadante (SP) mandavam no partido.
Os advogados de Pereira entraram nesta terça-feira (9) com petição no Supremo Tribunal Federal (STJ) solicitando ampliação da liminar conseguida em 2005, e que garantia ao depoente o direito de permanecer calado na CPI para não se incriminar. Com a ampliação, também sustentada em argumentos de caráter médico, Pereira ficaria dispensado do comparecimento na comissão nesta semana. As pretensões da defesa, entretanto, caíram por terra quando o STF, em decisão do ministro Marco Aurélio divulgada na noite desta terça-feira, não deu provimento à ação dos advogados.
Se Pereira recorrer a atestados médicos para não querer depor, o presidente da CPI Efraim Morais (PFL-PB) já anunciou que poderá pedir uma avaliação do caso por uma junta médica do Senado Federal. Morais admite que Pereira poderá ser conduzido coercitivamente para prestar todos os esclarecimentos ao plenário da CPI.
Silvio Pereira está convocado para depor à CPI desde o dia 4 de outubro de 2005, de acordo com requerimento de autoria do senador Romeu Tuma (PFL-SP), aprovado por unanimidade. Na época, Silvinho foi acusado de receber de presente um veículo Land Roverdo dono da empresa GDK. O depoimento foi marcado para 9 de novembro, mas os advogados de Silvio Pereira obtiveram junto ao STF liminar para que ele não comparecesse, sob a alegação de que não fora intimado em tempo hábil.
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