VITÓRIA - O modelo de sistema de cotas que prevê percentual de 52% das vagas em 45 cursos para alunos da rede pública, afro-descendentes e indígenas não foi aprovado pela Câmara de Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O projeto foi rejeitado por 21 votos a 17. Ele havia sido apresentado pela Comissão Pró-Cotas, criada especialmente para estudar o melhor mecanismo de implantação do sistema.
Após o resultado da votação, um grupo de estudantes a favor da política de cotas invadiu a pró-reitoria de graduação e iniciou um quebra-quebra no local, chamando os integrantes da câmara de racistas. Os policiais federais que faziam a segurança não conseguiram impedir a ação dos manifestantes.
Estudantes favoráveis e contrários ao sistema de cotas acompanharam a reunião durante a manhã desta quarta-feira. Eram, aproximadamente, duas mil pessoas, que se dividiam em dois grandes grupos: um de alunos de escolas particulares, que foram para o campus uniformizados; e outro formado por alunos de escolas públicas e representantes de movimentos étnicos.
Com carros de som, apitos, faixas e cartazes, os estudantes gritavam palavras de ordem e discursavam sobre o assunto. Apesar da hostilidade, não houve confronto entre os grupos.
No entanto, o aluno de biblioteconomia da Ufes Juliano Luciano Marinho foi espancado por estudantes de escolas públicas depois de provocá-los. Ele teve uma costela fraturada, quebrou o maxilar, cortou a língua e perdeu quatro dentes.
Devido aos problemas, a pró-reitoria de graduação decidiu suspender a discussão sobre o modelo de cotas. Uma nova reunião será marcada para avaliar os outros 12 projetos que foram apresentados.
Entre as demais propostas, existem modelos que diminuem o percentual de vagas destinadas às cotas, que dão mais ênfase às questões sociais e que privilegiam os alunos de escolas públicas.
Depois de votado pelos coordenadores de colegiados de todos os cursos, que formam a Câmara de Graduação, o modelo do sistema de cotas será encaminhado para decisão final do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).
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