Rocha Mattos depõe hoje à CPI dos Bingos

Jornal do Senado

Atualizada em 27/03/2022 às 14h34

BRASILIA - Comissão parlamentar de inquérito que investiga relações entre bingos e crime organizado terá o prazo prorrogado por 180 dias

A CPI dos Bingos ouve hoje, a partir das 10h30, depoimento do juiz João Carlos da Rocha Mattos, que se encontra preso há quase dois anos por negociar sentenças na Justiça Federal em São Paulo. Ele foi convocado após ter revelado a existência de 42 gravações que, segundo disse, comprometem Gilberto Carvalho, chefe do gabinete pessoal do presidente da República.

Senadores da base aliada que integram a CPI dos Bingos vão tentar fazer com que a acareação, marcada para amanhã, entre João Francisco e Bruno Daniel – irmãos do ex-prefeito assassinado de Santo André (SP) Celso Daniel – e Gilberto Carvalho seja a portas fechadas. A decisão, conforme a secretaria do colegiado, caberá ao seu presidente, senador Efraim Morais (PFL-PB), que poderá decidir pela abertura da acareação ao público e à imprensa, após ouvir o plenário da comissão.

Essa acareação – a segunda a ser promovida pela comissão parlamentar de inquérito – promete ser das mais movimentadas e poderá esclarecer pontos considerados nebulosos no episódio que culminou com o assassinato de Celso Daniel, em janeiro de 2002, após ser seqüestrado.

Carvalho, que também já depôs na CPI, e que na época da morte de Daniel trabalhava como assessor na prefeitura, sustenta a tese de crime comum. Mas João Francisco e Bruno garantem que Carvalho teria detalhado a eles, após a morte do irmão, como funcionava todo o esquema de corrupção em Santo André.

Na quinta-feira, também pela manhã, prestam depoimentos o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, e os ex-presidentes da instituição Emílio Carazzai, Danilo de Castro e Sérgio Cutolo. Eles vão falar sobre o polêmico contrato entre a multinacional Gtech e a Caixa, renovado em abril de 2003, para operacionalizar o sistema de loterias federais.

Os trabalhos da CPI dos Bingos serão prorrogados por mais 180 dias. Com isso, a previsão é que o relatório final seja votado em abril de 2006. A data anteriormente marcada para o encerramento das investigações era o próximo dia 26.

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