José Brandão é transferido para a Polinter

Condenado pela morte de namorada preso no Maranhão,aguarda ordem de embarque para São Paulo.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h36

SÃO LUÍS - José Antônio Pereira Brandão do Lago, de 52 anos, o paulista mostrado no programa “Mais Você”, da Rede Globo, como fugitivo da Justiça, por ter sido condenado a 15 anos de reclusão pela morte de sua namorada, foi encaminhado para a sede da Polínter (Polícia Interestadual) ainda na noite de quarta-feira, após ter se apresentado à polícia.

A vítima de José Antônio foi Márcia Cristina Rigo Leopoldi, de 24 anos, estudante do curso de Arquitetura em Santos, São Paulo. O crime ocorreu em 1984.

Após a divulgação de sua foto na TV e ser reconhecido, José Antônio deixou a pousada onde estava hospedado. Quarta-feira, ele entrou em contato telefônico com o Ministério Público, informando do interesse em se entregar. Foi designado, então, o promotor de Justiça Hagamenon Batista, para acompanhá-lo.

Os dois se encontraram no Mirante da Lagoa, no São Francisco, e de lá foram para a Secretaria de Segurança Pública, onde o acusado foi apresentado ao superintendente de Polícia Civil da Capital, delegado Marcos Afonso Júnior. Ele prestou depoimento negando a autoria do crime. Depois, foi encaminhado à Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), mas foi transferido em seguida para a Polinter, onde permanece recolhido, aguardando o retorno a São Paulo.

José Antônio deve permanecer em São Luís até que a Justiça paulista mantenha contato com a polícia maranhense. Ainda ontem, a prisão dele foi comunicada por meio de ofício ao juiz responsável pelo processo.

Mudança

José Antônio Pereira Brandão do Lago estava morando em São Luís há cerca de 10 anos e trabalhava na área de segurança, com instalação de cercas elétricas e sensores residenciais e comerciais, atuando, inclusive, em alguns bancos.

Usava documentos falsos, em que seu nome aparecia reduzido a José Antônio Brandão, suprimindo os sobrenomes Pereira e do Lago.

A denúncia no programa “Mais Você” foi ao ar segunda-feira, durante matéria sobre violência contra a mulher, em que o caso de Maria Cristina foi lembrado por sua irmã, Deise Leopoldi. A foto foi mostrada, informando que ele havia sido condenado inicialmente à pena de 5 anos de reclusão. Posteriormente, o júri foi anulado, após recurso do Ministério Público, e ele voltou a ser julgado e condenado a 15 anos.

José Brandão ainda chegou a ser preso por algum tempo, mas foi beneficiado com habeas-corpus para aguardar em liberdade a ratificação da pena pelo Estado. Ele, então, aproveitou para fugir.

Em 1996, como o homem continuava em liberdade, a irmã de Márcia denunciou o caso à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Ele alegou o descumprimento da decisão judicial pelo Estado Brasileiro, que ratificava a impunidade em casos de violência contra a mulher.

A denúncia foi embasada em acordos internacionais, dos quais o Brasil faz parte, como a Comissão de Belém do Pará.

Em 2001, Deise enviou carta ao governador do Estado de São Paulo, cobrando uma posição do Estado. Nove meses depois, recebeu como resposta a informação de que a polícia paulista havia procurado o condenado, mas que ele continuava foragido.

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