São Luís pode ficar sem pescado

Pescadores da Raposa estão sendo recebidos à bala no município paraense de salinas onde pescam há um ano.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h40

SÃO LUÍS - O abastecimento de feiras e mercados de São Luís com as espécies popularmente conhecidas por cururuca, corvina, uritinga e peixe-pedra e peixe-serra pode ficar comprometido. Isto acontecerá se os pescadores maranhenses e paraenses continuarem entrando em conflito por causa da pesca nas imediações do município paraense Salinas.

Há cerca de um ano, os pescadores do município de Raposa têm se deslocado até as imediações de Salinas para executar a pesca das espécies citadas, mas os pescadores paraenses os têm recebido com arma de fogo.

No dia 10 do mês passado, um dos cerca de 50 barcos maranhenses que se deslocam até Salinas para pescar foi queimado por pescadores paraenses.

“Se isto continuar acontecendo, a Ilha de São Luís pode ficar sem pescado, já que mais de 60% do peixe pescado em Salinas abastece o mercado de São Luís”, informou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Município de Raposa, José Sousa de Oliveira, mais conhecido na região como “Martins”.

Ele explicou que o deslocamento dos maranhenses para a pesca nas imediações paraenses, se deve à pequena quantidade de peixe no litoral do Maranhão.

“Nas imediações de Salinas, são pescadas 136 toneladas de peixes mensalmente. Em média, cada quilo é vendido a R$ 3,00. Portanto, se os conflitos continuarem e a pesca não puder ser mais realizada, cerca de R$ 400 mil deixarão de ser arrecadados”, afirmou o secretário.

Medo

Para os pescadores, a situação é de medo e risco. Foi o que informou o proprietário das embarcações 8 e 35, que pesca em Salinas, Adalmir Farias.

Segundo ele, os pescadores paraenses estão apedrejando e queimando as embarcações maranhenses que se deslocam ao Pará para pescar.

“Até armas de fogo já estão sendo utilizadas. O que antes era ameaça, agora está se concretizando. “Se não forem tomadas providências urgentemente, a situação pode piorar e poderemos não ter mais condições de pescar”, assinalou Adalmir Farias.

O Núcleo de Pesca do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que não havia recebido informação sobre o conflito. No entanto, explicou que as permissões expedidas pela Secretaria Especial de Pesca autorizam a atividade em todo o litoral nacional, independente do estado no qual o pescador esteja locado – desde que a área não seja proibida para pesca. É exigido que as embarcações estejam devidamente regularizadas.

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