SÃO PAULO - O ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira pediu desfiliação do partido hoje. Em uma carta encaminhada à nova direção da legenda, admitiu ter ganho de presente do proprietário da empresa GDK um carro Land Rover, mas disse que nada ofereceu ou foi pedido em troca, pois o empresário é seu amigo pessoal. " Tenho clareza, no entanto, que falhei com minhas obrigações partidárias ao aceitar esta situação " , diz ele na carta.
Em seu depoimento à CPI dos Correios, Pereira não respondeu quando questionado se o carro Land Rover teria sido pago pela GDK. Ontem, em nota, o vice-presidente da GDK, César Roberto Santos Oliveira, confirmou ter dado o automóvel de presente, " em caráter estritamente pessoal " . Oliveira disse ter conhecido Silvio Pereira em 2004 e mantido " um relacionamento institucional que se transformou ao longo do tempo em uma amizade " . Segundo a nota, os dois se conheceram em 2004.
" Sem levar em conta as conseqüências de meu ato, aceitei que César Oliveira, meu amigo pessoal, mas proprietário da empresa GDK, me presenteasse com um carro Defender, produzido pela Land Rover. Nada ofereci ou me foi pedido em troca, minha consciência está tranqüila " , diz a carta. Pereira pede desculpas à militância e diz que vai devolver o carro. Afirma ainda que o momento atual é uma " hora grave, quando as forças conservadoras se aproveitam de nossas fragilidades para debilitar o partido, sitiar o governo do presidente Lula e derrotar o projeto de democracia, desenvolvimento e justiça social encarnado pela esquerda " .
Aos filiados e militantes do Partido dos Trabalhadores
Escrevo esta carta em um momento difícil na trajetória de nosso partido e na etapa mais dura de minha vida. Cometi um erro. Não me esconderei sob o manto da hipocrisia. Sem levar em conta as conseqüências de meu ato, aceitei que César Oliveira, meu amigo pessoal, mas proprietário da empresa GDK, me presenteasse com um carro Defender, produzido pela Land Rover. Nada ofereci ou me foi pedido em troca, minha consciência está tranqüila. Tenho clareza, no entanto, que falhei com minhas obrigações partidárias ao aceitar esta situação.
Desde muito jovem participo da construção do Partido dos Trabalhadores. Orgulho-me de ser um filho da classe operária e de ter dedicado estes últimos 25 anos à construção de nosso projeto histórico. Busquei dar o melhor de mim nas tarefas recebidas. Acima de minha vida pessoal sempre estiveram os interesses do partido, seu papel na sociedade e a luta do povo brasileiro por sua emancipação. Assim continuo a pensar. Por isto mesmo, ciente dos danos que provoquei com meu erro, peço desculpas à militância petista e minha desfiliação dos quadros partidários. Também informo que já tomei as devidas providências para devolver o automóvel presenteado.
Mesmo fora do PT, seguirei como um lutador social e um militante das causas populares. Estarei ao lado dos companheiros, especialmente nesta hora grave, quando as forças conservadoras se aproveitam de nossas fragilidades para debilitar o partido, sitiar o governo do presidente Lula e derrotar o projeto de democracia, desenvolvimento e justiça social encarnado pela esquerda.
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