Onda de assalto assusta moradores do São Francisco

Moradores e comerciantes do sentem-se inseguros com a constante ação de marginais no bairro

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h43

SÃO LUÍS - A onda de assaltos no São Francisco tem assustado moradores e comerciantes do bairro. Não é novidade a ação de criminosos na área, mas, para as pessoas que transitam com freqüência pelo bairro, as ocorrências têm se intensificado nos últimos anos.

Segundo a delegada do 9º DP, Utânia Gonçalves, mais de 30 elementos foram tirados de circulação desde março do ano passado e outras 28 solicitações de prisão preventiva aguardam resposta do Poder Judiciário.

São inúmeros os casos de assalto relatados no bairro. O sapateiro Evandro Fontenele Costa, que trabalha na praça do São Francisco há cerca de 17 anos, perdeu a conta do número de roubos e furtos que ele presenciou e dos que ele ficou sabendo por terceiros.

Esta semana mesmo, o vendedor de macarrão, que monta sua banca todas as noites em frente à Igreja de São Francisco de Assis, foi vítima da ação de marginais.

“Já fui vítima também destes ladrões. Eles tentaram arrombar a minha banca para levar dinheiro, cola e outros objetos. A Farmácia Pague Menos do São Francisco já foi assaltada mais de dez vezes”, destacou Evandro Costa.

Os taxistas Xavier Oliveira e Solimar Evangelista também denunciaram a onda de assaltos no bairro. Eles contaram que, depois das 22h, os assaltantes fazem várias vítimas nos pontos de ônibus. No final de semana, o problema piora, por causa das inúmeras festas e bares instalados nas imediações.

“A presença da PM é constante, mas acho que não é suficiente”, destacou Solimar Evangelista.

Se os transeuntes estão amedrontados, os comerciantes do São Francisco também não ficam atrás. Poucos querem falar sobre a insegurança no bairro.

Uma delas foi Katiane dos Santos, gerente de uma loja de bombons instalada na avenida Marechal Castelo Branco, no São Francisco.

Ela contou que o estabelecimento já foi assaltado e arrombado este ano. As duas ocorrências foram registradas em fevereiro. Não é à toa que os proprietários providenciaram a instalação de grades na entrada da loja.

“A gente vive em clima de insegurança. Para se ter uma idéia, quando fico sozinha na loja, procuro descer as portas”, relatou Katiane dos Santos. Para ela, o horário de maior perigo é às 12h.

Para a delegada Utânia Gonçalves, não há registros que comprovem o crescimento das ocorrências da criminalidade no bairro do São Francisco.

“É preciso ficar claro que a polícia precisa do apoio da população para agir. Por isso, eu sempre peço à comunidade que quando for vítima de assalto, imediatamente registre a ocorrência para tomarmos as providências cabíveis”, esclareceu ela.

Banco de dados

Utânia Gonçalves disse que o 9º DP dispõe de um banco de dados com mais de 100 nomes de criminosos que atuam na área do São Francisco e adjacências.

A ação da delegacia, no último ano, resultou em mais de 30 prisões, muitas delas autuações em flagrante. Neste mesmo período, foram expedidos cerca de 40 mandados de prisão preventiva. Hoje, 28 aguardam parecer judicial.

Ela contou que a maioria dos assaltantes moram na Ilhinha, e têm entre 18 e 22 anos. O alvo principal deles têm sido turistas que circulam pela Lagoa da Jansen e Ponta d’Areia.

“Apesar da PM fazer um bom trabalho na área, temos muitas ocorrências naqueles pontos. Acho que o setor hoteleiro poderia nos ajudar, orientando os visitantes sobre os pontos críticos”, ressaltou ela.

Responsável pelo trabalho ostensivo, a PM mantém três viaturas para cobrir a área do São Francisco: na rotatória do bairro, no eixo da Castelo Branco e outra que fica na área da Ilhinha e imediações.

No caso da Lagoa da Jansen e Ponta d’Areia, o policiamento na área é feito pela Companhia de Turismo e conta com o auxílio de motocicletas. Há também um posto avançado da PM na Lagoa.

Segundo dados da corporação, de janeiro a maio deste ano, foram registrados 70 roubos no São Francisco, enquanto que no mesmo período do ano passado, foram 86. No caso dos furtos, houve um ligeiro crescimento. Foram 21 nos primeiros quatro meses de 2004, contra 24 ocorridos no mesmo período deste ano.

Coronel Francisco Melo, chefe do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), disse que, se a população denunciasse mais a criminalidade, a ação da PM poderia ser mais eficaz.

“Existe uma diferença entre o quantitativo de crimes e o medo da criminalidade. Sei que o policiamento não está 100%, mas estamos sempre revendo as estratégias. Para conter esses crimes no São Francisco, estamos utilizando policiais descaracterizados”, destacou ele.

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